Medimos as pessoas pelo que elas são em sua essência ou
pelos seus bens e posses? Eu respeito muito quem consegue se manter afastado
das mídias sociais e quem não prioriza longas horas em frente à TV. Por que? Porque nós
somos constantemente bombardeados por inúmeras imagens como, “consuma, é gostoso”,
“adquira já o seu e fique mais bonita”, enfim. Comerciais apelativos que te
levam a consumir algo desnecessário, contudo, garantindo que você será alguém
melhor para si e, aparentemente, aos outros também.
Certa vez ouvi que o Brasil ganha disparado no número de selfies, e não tive como não considerar algumas razões para isso (nem tudo é uma regra, ok? Ok). Além de cada vez
mais vermos pessoas voltadas ao próprio umbigo, o que parece ser uma autoestima
bem resolvida, está mais para um incomodo constante em relação a felicidade
alheia. Vai me dizer que você nunca questionou se tudo aquilo era verdade? E
talvez não fosse mesmo. Então, qual a necessidade de mostrar? “Olha o meu café,
meu relógio, meu sapato, meu vestido, minha maquiagem, meu cabelo, meus anéis,
olha o meu brilho”.
Cientistas sociais associaram o ato de consumir em excesso a
um profundo sentimento de insegurança. Ou seja, eu preciso mostrar que eu tenho
para compensar o meu temor de não conseguir obter status por outros meios. Uma
imagem fala mais que mil palavras, então vamos trabalhar mais nela. Vivemos em
um mundo de imagem, as redes sociais que o digam e a indústria de bens de
consumo tem pegado essa onda com primor e feito um excelente trabalho. Pode
faltar comida, mas não pode faltar sapatos, ou bolsa, ou roupas, adornos, e
sabe-se mais o quê. O ser humano já é sugestionável desde do Éden, o que dirá agora.
Depois de tantos anos de evolução, ainda mordemos a maçã.
Voltando a geração selfie,
podemos afirmar que quanto mais eu olho para mim, menos eu estou olhando para
os outros. O consumismo, traz consigo alguns malefícios, como problemas ao meio
ambiente, para começar. Quanto mais eu consumo, mais lixo eu produzo. Ele também
impede que eu olhe para o meu próximo que realmente necessita de determinados
bens que para mim já são excedentes há muito tempo. Como se não bastasse, ser
um consumidor insaciável não apenas acarretará problemas ao meio e aos outros, ele
acarreta problemas a mim. Além das dívidas e cartões de crédito estourados, ele
trará frustração, ansiedade e até mesmo depressão. Já ouviu aquela frase, “as
melhores coisas na vida são de graça”? Pois é. Um abraço carinhoso, a
gargalhada de uma criança, um passeio no parque com uma pessoa querida, uma
longa conversa com um amigo. Isso, meu chapa, não tem preço.
Então, por quê compramos o que não precisamos, com o
dinheiro que não temos para agradarmos pessoas que nem conhecemos? Talvez por
uma visão distorcida sobre prosperidade; aquela que prega que a riqueza é sinônimo
de felicidade. Prosperidade também significa ter saúde, amigos, família,
realizar-se no trabalho, mesmo que isso não deixe você cheio da grana. O
apóstolo Paulo diz: “...porque aprendi a viver feliz em toda e qualquer
situação [...] já tenho experiência tanto de fartura como de escassez; tudo
posso Naquele que me fortalece” (Filipenses 4. 11-13). Será que a gente alcança
esse nível de satisfação?
Deixo essa reflexão para mim e para vocês.
Até a próxima!
Ly: maio/2017
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