Creio que você, assim como eu, já deve estar mais do que farto de ouvir sobre esse assunto. Não é de hoje e nem de muito tempo atrás que este tópico tem vindo, voltando e se revirando em diversos estudos bíblicos, pregações e aulas da Escola Dominical.
Isso não ocorre por mero acaso, existem várias razões pra este assunto vir à tona tantas e tantas vezes, mas acredito que o principal motivo seja: queremos nos sentir bem na igreja, e se possível, que os outros também se sintam bem, lógico.
Isso não ocorre por mero acaso, existem várias razões pra este assunto vir à tona tantas e tantas vezes, mas acredito que o principal motivo seja: queremos nos sentir bem na igreja, e se possível, que os outros também se sintam bem, lógico.
Sentir-se bem envolve várias coisas. Muitas pessoas têm falado sobre como gostariam de se sentir dentro da igreja, ou, como uma igreja deveria ser. Por exemplo: deveria ser um lugar de acolhimento, um refúgio onde houvesse pessoas com quem eu pudesse contar, enfim, tudo isso é verdadeiro e, de fato, é o que se espera de uma comunidade cristã.
Em meio a isso tudo, acredito que seria importante, primeiramente buscarmos uma definição bíblica sobre o conceito de Igreja. Em I Coríntios 12:12-31, compreendemos a união do povo de Deus como um corpo; a igreja é o corpo onde cada membro tem uma função e que por sua vez, cada um foi batizado pelo mesmo Espírito. Nós já ouvimos sobre isso algumas vezes, mas onde a união entra em meio a tudo isso?
Talvez, seria mais interessante perguntar “O que une e mantém as pessoas unidas dentro da igreja?”. Você já parou para pensar nisso? Gostaria de pensar agora, antes de passar para o próximo parágrafo? Certo.
Antes de passar para a resposta, seria melhor dizer o que NÃO deve, ou não deveria unir as pessoas de uma igreja: afinidades, classe social, estética, carisma, ser legal, ter carro modelo esportivo, um corte de cabelo descolado, um Nintendo Wii ou um PS3, etc. Na igreja essa motivação não tem sentido nem fundamento.
Agora SIM. O que deveria nos unir, meu querido irmão? É Cristo. Todo o resto faz parte dos requisitos que se verificam no mundo a fora na hora de selecionar amizades. Desculpe-me por dizer isso, mas a verdade é que na Igreja nós não escolhemos e sim aceitamos um ao outro, pois, caso contrário o corpo não funciona e a Igreja perde sua função, não dá frutos (João 15). Já parou pra pensar como isso é sério?
Sendo Cristo o motivo da nossa união, então seria correto afirmar que uma igreja que não tem união, é aquela onde as pessoas estão excluindo Jesus de suas vidas cada vez mais. Isso é uma realidade triste e o sentimento de frustração é grande, pois não está em nossas mãos mudar as pessoas, o que dirá de uma Igreja inteira?
Existe uma solução e nesta hora, gostaria de te convidar a refletir comigo sobre essa possibilidade que estou prestes a te apresentar.
Não posso mudar o pensamento dos outros, nem o de uma Igreja, mas eu posso mudar a mim. “Hein? Como assim?” Você deve estar se perguntando.
No filme Shadowlands (1993), onde narra a vida de C. S. Lewis, há uma ilustração sobre este assunto. Um amigo de Lewis, vendo que havia uma esperança para o tratamento do câncer de sua esposa, tenta encorajar Lewis dizendo: “Eu sei quão fortemente você está orando; e agora Deus está respondendo suas orações”. Neste momento C. S. Lewis responde a seu amigo: “Não é por isso que oro, Harry. Oro porque é natural. Oro porque estou desesperado. Oro porque a necessidade flui de mim a todo tempo, acordando ou dormindo. Isso não transforma Deus, isso me transforma”.
Muitas vezes oramos esperando que Deus mude a situação ou uma pessoa, mas quem precisa de sabedoria, prudência e iniciativa ao lidar com certas situações, somos nós mesmos. Traduzindo o trecho de uma música da banda Big Tent Revival, vemos o seguinte: “And as we all know Life can be tough and all that we need is love-sweet love. So where do we go? Well here's what I see, to change my world first I gotta change me.” que traduzindo: “E como todos sabemos a vida pode ser dura e tudo o que precisamos é de amor, doce amor. Então, para onde vamos? Bem, aqui está o que eu vejo, para mudar o mundo, primeiro tenho que mudar a mim.”.
A mudança a qual estou me referindo, é a que irá ocorrer quando nós realmente e finalmente começarmos a buscar a Deus, mas buscar mesmo! Não “tapear” como estamos tão acostumados. E Deus irá honrar e nos conceder aquilo que precisamos para sermos mais unidos e darmos frutos. Em Jeremias 29: 11 diz, “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.”, Deus quer que vivamos em paz e quer nos dar o que esperamos e desejamos receber. Ao estarmos ligados a Jesus, nossos desejos e pensamentos estarão alinhados com Sua vontade, ou seja, a vontade Dele será a nossa também e você já deve saber que a vontade de Deus é perfeita (Romanos 12:2).
Talvez agora, seja necessário fazer outra pergunta: O que você busca na Igreja? Se o seu propósito e se tudo o que você procura na igreja é encontrar uma galera para curtir bons momentos, gostaria de te dizer que existe uma possibilidade muito grande de você encontrar essa turma, porém, essa sensação ‘maravilhosa’ que você irá desfrutar, será a mesma de qualquer pessoa que se associou a um excelente clube. A Igreja não é um clube e eu garanto que a primeira decepção que você tiver com o pessoal, logo a Igreja não terá mais utilidade e não fará mais sentido pra você e isso, justamente por não ser esta a função dela, mesmo.
O acampamento deste ano trará o tema “Quem sou eu no Reino de Deus?”, gostaria de lhe propor, através desta reflexão, que você esteja pensando sobre isso neste momento. Eu trouxe a questão da união dentro da igreja e gostaria de encerrar este artigo dizendo a você que, buscar a Deus e ter uma vida com Cristo é o primeiro passo que podemos dar e conseqüentemente, seu relacionamento com Ele será o reflexo dos seus relacionamentos com todos, quer sejam da Igreja ou não.
L. R. Correia, 2009
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