sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Uma imagem vale mais que...


...mil palavras. Eu sei! Mas eu fiquei muito emocionada com essa foto e com esse acontecimento. Tocou no fundo do meu coração, de verdade. 

Eu levei essa foto a uma palestra sobre Autoestima que eu dei nessa terça-feira em uma escola lá em Campo Limpo. Parte do projeto Escola da Vida da MPC (joga no Google, no Youtube e conheça o projeto, é lindo!). Enfim! Eu levei essa foto pra falar um pouco sobre amizade, no sentido, qualidade e não quantidade. 

Quantas vezes na vida eu já fiquei me sentido a mosca do cocô do cavalo do bandido, me achando um nada por não ter muitos amigos, ou amigas. O legal foi, que em alguma fase da minha vida eu perdi todas as minhas amizades, zerou total! Não sei se eu já falei sobre isso aqui, mas foi na época da separação dos meus pais. Eu era adolescente, uma pessoa bem rígida, moralista, chata, mas amava demais as minhas amigas. Enfim, elas não aguentaram minhas chatices (que fique bem claro que era sempre em prol do bem delas), e eu fiquei forever and ever alone. 

Depois disso, muitas coisas começaram a me machucar (virei fera ferida), como não ser chamada para festas de aniversário, eventos em geral, etc. A medida que fui crescendo, me magoei gratuitamente até com eventos basicões os quais eu não era convidada. Na boa, comecei a achar que o problema era comigo mesmo e não com os outros. Por que raios me incomodar tanto em não ser convidada pra algo que praticamente todos os meus amigos estariam? 

Houve uma época que foquei em números. Tanto de likes, quanto de amigos, quanto de seguidores, quanto de... Enfim. Me tornei uma pessoa obrigada a me dar bem com todo mundo e "ai de quem" esboçasse alguma antipatia pela minha pessoa. Nessa parte, vale uma pausa pra fazer um pedido. Existe uma série chamada "The Black Mirror". Por favor, assistam o primeiro episódio da terceira temporada chamado "Queda Livre". Conta basicamente a história de uma jovem que queria muito ser alguém na vida virtual, porque na vida real ela se sentia um nada. 

Interessante nessa série é que os likes que ela tinha na vida virtual definia até o carro, passagens de avião, tudo que ela poderia ter acesso. Pronto, parei com o spoiler. Mas assistam! Essa série trata de muitas coisas que são deveras reflexivas, ainda mais se formos comparar ao que vivemos hoje em dia. 

Mas voltando a foto da Selena Gomez antes da cirurgia de transplante de rim. Quem doou um rim pra Selena, foi sua amiga  Francia Raisa. Mano do céu. Vou fazer aqui a mesma pergunta que eu fiz pra galera da palestra na terça (eram alunos de 11 a 14 anos, então, sejam maduros ao responderem). Você tem pelo menos um amigo que daria um rim por você? Pensa melhor. (tic tac). Agora pergunta número dois. Você seria esse amigo a doar um rim? Ahá! Pode pensar, vai. Não responde de pronto não. Vai pesquisar sobre os riscos, a idade média de vida de uma pessoa que só tem um rim. Vai lá e depois você responde. 

Meu! Isso é muito bonito. A carinha de uma olhando pra outra na foto é impagável. Tenho certeza que quem tem uma amiga assim, tem tudo. 

Mas aí, eu fiquei pensando em uma coisa também. "Poxa, eu já tenho!". E isso eu não falei na palestra, mas talvez eu deveria ter falado (auto tapa na cabeça). Eu tenho um amigo que não deu só um rim, ele entregou a vida toda, até o último suspiro. Esse amigo é Jesus. Tudo o que eu sempre procurei em outras pessoas, em likes, em quantidades, em números, até nas minhas amizades mais antigas e mais atuais, tudo isso eu já tenho em Jesus. 

Na boa, ninguém me ama mais e nunca vai me amar mais do que Ele. Não sei se você que está lendo tudo isso aqui (começou com um belo desabafo, não acha?), acredita ou não, está meio em dúvida, ou já teve uns momentos na sua vida que achou que o caminho era esse e depois desanimou. Talvez você está com vontade de me enfiar um soco e acabou fechando a página pra não ler o resto. 

Ouve pelo menos o final da história, beleza?

Eu devia ter uns 15 ou 16. Eu não tinha amigas na escola também. Briguei com as que andavam comigo, porque eu não gostava das brincadeiras que elas faziam. Enfim! Minha mãe já tinha saído de casa, minhas amigas da igreja queriam que eu fosse encher o saco do bode. Minha grande amiga havia se mudado pra Bahia, e minha prima estava em Vinhedo. 

Eu me correspondia com a minha prima por cartas (acho muito legal até hoje). Falei pra minha prima que eu me sentia verdadeira e profundamente sozinha. Ela disse assim: "Ly, a gente não aprendeu que Jesus é nosso amigo e que estaria sempre com a gente? Por que você não pede pra Ele fazer companhia pra você?". 

O legal de ter 15 anos e se sentir a última gota do oceano é que todo o conselho é bem-vindo. Foi o que eu fiz. Orei desse jeito mesmo: "Jesus, faz companhia pra mim", (literalmente). E a cada dia eu fui falando mais com Deus, lendo mais a minha Bíblia. Conheci uma amiga excelente na escola depois de um tempo, que continuou sendo minha amiga até se mudar pra Santa Rita do Passa Quatro (queria muito falar com ela de novo)... E então,  essa tempestade passou (houveram outras, mas aí eu deixo pra contar em outras postagens).

Esse é um trecho bem difícil da minha história, mas que eu fico muito feliz em contar. Não sei o que você está procurando em relação a amigos e relacionamentos, mas eu precisava te falar que talvez você tenha encontrado. 

Que Deus te abençoe muito. É o meu desejo, de coração. 

Beijo e até a próxima.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Devolve! Não é seu!


Quando eu era criança, nem de brincadeira eu poderia ficar com alguma coisa que não era minha. Meus pais falavam: "Devolve, não é seu!". Hoje parece que se esqueceram disso.

Estava ouvindo o rádio essa manhã e fiquei impressionada em como essa história de corrupção não acaba. Cada hora descobrem algo novo. Mais sujeira, mais pessoas envolvidas, mais dinheiro público indo pro bolso de cabra safado. Quando é que a gente, finalmente, vai conseguir colocar a casa em ordem? Difícil ter esperança nisso.

Três coisas me deixam embasbacada no comportamento humano: uma é a competição, outra é a corrupção e por último, egoísmo. Na verdade, tem muito mais, mas pra esse assunto de hoje, bastam essas três:

Competição. Por que cargas d'água eu tenho que ter mais do que o outro, ser melhor do que ele, por que preciso estar sempre por cima? Outras palavras que me vêm a cabeça quando penso em competição é, inveja, insegurança, falta de criatividade. Como assim "falta de criatividade"?. Ué, na tentativa de transparecer ser alguém melhor ou estar por cima, eu uso a carcaça do outro como degrau. Esse método tem atravessado gerações, infelizmente.

Desde criança a gente tem essa pilha de ser melhor, de aparecer. Um xingamento muito comum entre as minhas amiguinhas era, "exibida". Que raiva de gente que quer se aparecer. A única diferença na idade adulta, é continuar nessa mesma onda pra conseguir status, uma promoção ou amenizar os problemas de autoestima. Que coisa feia... Mas, quem nunca?

Corrupção. Não sei se eu choro ou dou risada quando vejo discussões entre esquerda e direita. Meu bem, aqui não tem isso. É direita, esquerda, pra cima, pra baixo, diagonal, tá tudo uma sujeira sem fim. E você acha que corrupção só se encontra no ambiente político? Vem cá, senta aqui do meu ladinho.

Corrupção não está do lado de fora, está dentro de cada um de nós. "Eu também?". Sim! Você, eu, o baile todo.

Quando eu quero levar vantagem, recebo troco a mais, furo a fila, tiro carteira de estudante falsa pra pagar meia, me esparramo no acento de idoso e dane-se, pago cafézinho pro guarda aliviar minha multa, aceito propina pra escolher o serviço, tenho TV a gato, minto no IR, traio o parceiro/a... A fila é grande, preciso continuar? Quando eu faço tudo isso (e mais um pouco), eu estou destilando um pouquinho dessa corrupção linda de dentro do meu ser.

Que coisa feia... Mas, quem nunca?

Egoísmo. "Egoísta é quem não pensa em mim!". Quais são os perigos universais em só pensar em mim? Numa rápida olhada, nenhum. Se tudo o que eu quero é ser feliz, qual é o problema nisso? Mas, se tudo o que eu quero é ser feliz, não importa a contagem de mortos e feridos no final, aí... Aí a coisa fica estranha.

Se eu atribuo o mesmo valor de um hambúrguer a um ser humano, um cachorro, gato, sorvete, chocolate, colibri, azeitona. Se tudo isso, tem o mesmo valor pra mim, eu preciso repensar os meus valores. Ah, preciso!

Os outros e todas as coisas que existem nesse mundo não foram exatamente criadas ao meu bel prazer. Nem sempre a gente tem o que deseja ou as pessoas são e fazem aquilo que adoraríamos que elas fizessem. Pensar no bem estar alheio também é um bom negócio. Você está melhorando as coisas a sua volta quando faz isso.

"Ah, mas e eu?". Calma chuchu. Tô falando pra você ter mais empatia e não pra virar sonso. Por que essas coisas ainda se confundem? Eu acho que o medo que as pessoas têm de serem feitas de idiotas, deixam elas mais idiotas ainda.

Egoísmo é um dos principais precursores da competição e da corrupção. Por que? Porque se eu me preocupar mais com os outros e sair do meu universo umbigo, dificilmente vou utilizar o outro como uma fonte de extração de recursos. Talvez eu me coloque no lugar deles antes de fazer ou falar qualquer coisa. Talvez eu fique mais atento pra ajudar quando eles estiverem precisando... Sonho meu em um mundo assim!

Mas relaxa que não é a "perfeitona" quem está falando isso tudo. Mas da mesma forma que eu me preocupo, eu te convido a se preocupar um pouco mais e a refletir também, poxa. Pode ser?

Não fique com o que não é seu. Quer seja dinheiro, produto, o coração iludido de alguém. Devolve, pede desculpas e ajude a construir um país melhor.

Beijão e até a próxima!

terça-feira, 30 de maio de 2017

Vamos às compras!!

Medimos as pessoas pelo que elas são em sua essência ou pelos seus bens e posses? Eu respeito muito quem consegue se manter afastado das mídias sociais e quem não prioriza longas horas em frente à TV. Por que? Porque nós somos constantemente bombardeados por inúmeras imagens como, “consuma, é gostoso”, “adquira já o seu e fique mais bonita”, enfim. Comerciais apelativos que te levam a consumir algo desnecessário, contudo, garantindo que você será alguém melhor para si e, aparentemente, aos outros também. 

Certa vez ouvi que o Brasil ganha disparado no número de selfies, e não tive como não considerar algumas razões para isso (nem tudo é uma regra, ok? Ok). Além de cada vez mais vermos pessoas voltadas ao próprio umbigo, o que parece ser uma autoestima bem resolvida, está mais para um incomodo constante em relação a felicidade alheia. Vai me dizer que você nunca questionou se tudo aquilo era verdade? E talvez não fosse mesmo. Então, qual a necessidade de mostrar? “Olha o meu café, meu relógio, meu sapato, meu vestido, minha maquiagem, meu cabelo, meus anéis, olha o meu brilho”.  

Cientistas sociais associaram o ato de consumir em excesso a um profundo sentimento de insegurança. Ou seja, eu preciso mostrar que eu tenho para compensar o meu temor de não conseguir obter status por outros meios. Uma imagem fala mais que mil palavras, então vamos trabalhar mais nela. Vivemos em um mundo de imagem, as redes sociais que o digam e a indústria de bens de consumo tem pegado essa onda com primor e feito um excelente trabalho. Pode faltar comida, mas não pode faltar sapatos, ou bolsa, ou roupas, adornos, e sabe-se mais o quê. O ser humano já é sugestionável desde do Éden, o que dirá agora. Depois de tantos anos de evolução, ainda mordemos a maçã. 

Voltando a geração selfie, podemos afirmar que quanto mais eu olho para mim, menos eu estou olhando para os outros. O consumismo, traz consigo alguns malefícios, como problemas ao meio ambiente, para começar. Quanto mais eu consumo, mais lixo eu produzo. Ele também impede que eu olhe para o meu próximo que realmente necessita de determinados bens que para mim já são excedentes há muito tempo. Como se não bastasse, ser um consumidor insaciável não apenas acarretará problemas ao meio e aos outros, ele acarreta problemas a mim. Além das dívidas e cartões de crédito estourados, ele trará frustração, ansiedade e até mesmo depressão. Já ouviu aquela frase, “as melhores coisas na vida são de graça”? Pois é. Um abraço carinhoso, a gargalhada de uma criança, um passeio no parque com uma pessoa querida, uma longa conversa com um amigo. Isso, meu chapa, não tem preço. 

Então, por quê compramos o que não precisamos, com o dinheiro que não temos para agradarmos pessoas que nem conhecemos? Talvez por uma visão distorcida sobre prosperidade; aquela que prega que a riqueza é sinônimo de felicidade. Prosperidade também significa ter saúde, amigos, família, realizar-se no trabalho, mesmo que isso não deixe você cheio da grana. O apóstolo Paulo diz: “...porque aprendi a viver feliz em toda e qualquer situação [...] já tenho experiência tanto de fartura como de escassez; tudo posso Naquele que me fortalece” (Filipenses 4. 11-13). Será que a gente alcança esse nível de satisfação?

Deixo essa reflexão para mim e para vocês.
Até a próxima!

Ly: maio/2017

quinta-feira, 23 de março de 2017

Ai, que medo!!!


De uns dias pra cá eu tenho pensado muito em uma coisa. Não sei se sou só eu. Mas percebi que algumas pessoas que são bem legais comigo nas redes sociais, quando estão comigo ao vivo, ficam meio encabuladas, um pouco "Ai, meu Deus! Por que ela ainda está parada na minha frente?".

Eu tive essa experiência algumas semanas atrás, quando encontrei uma jovem que havia sido apresentada por uma amiga. Nos adicionamos e a pessoa carinhosamente (imaginava eu), curtia e comentava algumas postagens. Até me deu os parabéns no dia do meu aniversário (uau!). Depois de um boooom tempo, eu pude revê-la e cheguei toda entusiasmada, dando-lhe um abraço. Pela reação dela, parecia que eu tinha cometido a maior gafe da minha vida. Tipo, como se eu tivesse abraçado um estranho na rua, achando que era um velho amigo de infância. Me senti meio idiota, mas passou.

Aconteceu também, em outros momentos no passado, que algumas pessoas que eu conhecia de vista, começaram a assuntar comigo pelo Whats (ou o que você quiser); mas quando eu me deparava com elas pessoalmente, ou eu recebia um belo de um gelo (sério!), ou tinha que lidar com o modo silencioso delas. Poxa! E pensar que às vezes a gente ficava dias e até horas em longas conversa.

Que passa? As pessoas esqueceram de como é estar diante das outras, a conversar, interagir, olhar nos olhos, tipo... Oi? O que mais me apavora é que muitas vezes, eu não sei qual é a versão original dessas pessoas afinal. O ser desprendido, caloroso, animado e carinhoso que até me mandou uma linda mensagem no meu aniversário? Ou o quieto, introspectivo, inseguro, meio encabulado? E se for um psicopata? Ok, sem exageros.

Eu estou com um medo danado, mais do que se visse a Samara saindo da televisão. Sendo assim, gostaria de propor algumas reflexões aqui (e eu vou refletir junto):

1) O que você é ao vivo e a cores, condiz com o que você demonstra ser através da tela do seu celular? 
EU: Nem sempre. Mas chega bem perto, muahahá.

2) Você teria coragem de falar ao vivo, todas as coisas que você já ousou falar enquanto estava no celular com alguém?
EU: Com certeza não. Inclusive... Aquelas... Ui.

3) Por quê? (Esse porquê é válido para a pergunta número 1 e 2.
EU: Porque sem o possível (e provável) olhar julgador das pessoas, eu me sinto mais à vontade para falar as minhas groselhas. 

4) Você já se comportou de alguma dessas formas exemplificadas no começo desse post?
EU: É... Veja bem... Olha, mas eu tive meus motivos...

Agora vamos lá. Essa é pra fechar com chave de ouro.

5) Estaria disposto a repensar nesse jeito bipolar de ser?
EU: Siiiiiim! Quero ver, estar e abraçar pessoas. Tantas quantas eu puder! (Menos... menos... Ok). 

E cá entre nós, nós não falamos apenas com palavras, nos comunicamos através do olhar também. A gente perde muitíssimo mantendo esse distanciamento bobo. E se a presença é uma fator intimidante pra não falar bobeiras, ótimo! Precisamos aprender a medir nossas palavras mesmo, ou ter mais coragem de se colocar de maneira sincera na presença dos outros. Só ganhos!

Tem um verso no livro de Salmos, capítulo 133 que fala "Como é bom e agradável quando os irmãos vivem em união". Isso sem contar inúmeros exemplos das coisas que aconteciam quando as pessoas estavam reunidas com um propósito tão nobre, ou por simplesmente por quererem e gostarem da companhia um dos outros. 

Enfim. Se a gente não conseguir melhorar esses vícios de tecnologia, o que vai sobrar para as gerações futuras? Se não tiver como estar junto, beleza. Mas esse lance todo de "a distância", sem necessidade, poderia ser revisto. Né? Só um pouquinho. Por favor.

Bom. É isso aí.

Desculpas pela demora em postar algo novo aqui. Estava com saudades.

Beijos e até mais. 

Ly: março/2017