segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

15 anos, sério?


Duas semanas atrás compartilharam uma notícia comigo sobre uma atriz que depois de 40 anos resolveu revelar que havia tido relações íntimas com um cantor bem conhecido de uma banda que particularmente eu abomino, justamente por causa de letras bem repulsivas no início da carreira que falam sobre sexo com menores e açúcar mascavo (entendedores entenderão).

Sobre o cantor, não me surpreendeu nem um pouco, mas sobre a atriz, por que ela esperou 40 anos para falar? Vou dizer o que ela disse. Ela contou que não queria expôr o cantor, muito menos processá-lo ou gerar algum tipo de polêmica que pudesse prejudicar a imagem dele. Muito pelo contrário. Ela queria compartilhar com o mundo a sensação de liberdade e empoderamento feminino que ela teve aos 15 anos de idade ao saber que poderia escolher o homem que fosse para ter relações; mesmo ele tendo 33 anos na época.

Nesse momento, uma "bela" cena passou pela minha cabeça. A primeira, foram os pedófilos aplaudindo de pé e assobiando efusivamente e a segunda, (tão ruim quanto a primeira) foram as meninas de 15 anos, ou menos, muito animadas e realmente achando que, mesmo com os seus corpos ainda não formados (nem sequer o útero), elas têm todo esse empoderamento e liberdade sexual para escolher quem quer que seja, quando e da idade que for.

Eu fico apavorada em pensar nesse tipo de discurso perto do feriado que se aproxima, onde adolescentes e jovens estão saindo para fazer o que bem entendem, com quem bem entendem. Penso nos estados do Norte, na prostituição infantil. Penso no tanto de droga, bebida e esse tal empoderamento nas ideias de gente que nem começou a pagar o primeiro boleto, que ainda sabe muito pouco da vida, que mal aproveitou a infância e já pulou da adolescência para a fase adulta, imaginando que toda essa libertinagem tem alguma coisa a ver com liberdade.

Nas vésperas do Carnaval eu só tenho um pedido: orem e olhem pelas nossas crianças e adolescentes, orem por essa juventude. A vida de verdade passa muito longe do que esse mundo oferece. Tem muita coisa a ser aproveitada que não tem nada a ver com essa folia desvairada e inconsequente. Mês de novembro a gente vê os frutos de toda essa farra, ou não! Minha cunhada trabalha no UTI neonatal, vocês não fazem ideia de quantas meninas morrem ao dar à luz porque o corpo ainda não está formado. Isso vocês nunca verão nas séries e novelas que incentivam a sexualidade precoce.

Empoderamento não tem nada a ver com isso. Aproveitem a melhor fase de todas, a melhor idade dos 15 anos, onde a mente está mais clara e as responsabilidades são mínimas, não inventem pra cabeça de vocês se deem o valor de verdade. Sejam livres para escolher quando e com quem de verdade, mas com alguém que as amem de verdade e estejam dispostos a dar a própria vida por vocês. Com alguém que não precise ficar postando frases lacradoras de amor próprio sem sentido no dia seguinte.

A juventude não foi feita para isso. Conheço meninas de 18 que já viveram tudo e não veem sentido em mais em nada. Vocês têm o mundo nas mãos para alcançar. Amizades para fazer, lugares para conhecer, milhares de coisas para aprender, pessoas para ajudar, sentido de vida para viver. Vida de verdade!

E era isso que eu queria desabafar nessa semana. Sinceramente, para ter alegria e folia precisava de muitos bons motivos para isso: boa saúde, boas escolas, bom ensino, segurança, emprego para todo mundo, menos violência, mais amor. Seria maravilhoso se nesse feriado revertessem todo esse investimento ao que realmente importa. Mas... Realmente, eu não tenho esperanças de um mundo perfeito, contudo, isso não me impede de continuar a orar por ele, tendo esperança que melhore e inclusive pelas lindas princesas de 15 anos que estão se perdendo por aí.

Grande abraço.
Ly :,(