quinta-feira, 23 de março de 2017

Ai, que medo!!!


De uns dias pra cá eu tenho pensado muito em uma coisa. Não sei se sou só eu. Mas percebi que algumas pessoas que são bem legais comigo nas redes sociais, quando estão comigo ao vivo, ficam meio encabuladas, um pouco "Ai, meu Deus! Por que ela ainda está parada na minha frente?".

Eu tive essa experiência algumas semanas atrás, quando encontrei uma jovem que havia sido apresentada por uma amiga. Nos adicionamos e a pessoa carinhosamente (imaginava eu), curtia e comentava algumas postagens. Até me deu os parabéns no dia do meu aniversário (uau!). Depois de um boooom tempo, eu pude revê-la e cheguei toda entusiasmada, dando-lhe um abraço. Pela reação dela, parecia que eu tinha cometido a maior gafe da minha vida. Tipo, como se eu tivesse abraçado um estranho na rua, achando que era um velho amigo de infância. Me senti meio idiota, mas passou.

Aconteceu também, em outros momentos no passado, que algumas pessoas que eu conhecia de vista, começaram a assuntar comigo pelo Whats (ou o que você quiser); mas quando eu me deparava com elas pessoalmente, ou eu recebia um belo de um gelo (sério!), ou tinha que lidar com o modo silencioso delas. Poxa! E pensar que às vezes a gente ficava dias e até horas em longas conversa.

Que passa? As pessoas esqueceram de como é estar diante das outras, a conversar, interagir, olhar nos olhos, tipo... Oi? O que mais me apavora é que muitas vezes, eu não sei qual é a versão original dessas pessoas afinal. O ser desprendido, caloroso, animado e carinhoso que até me mandou uma linda mensagem no meu aniversário? Ou o quieto, introspectivo, inseguro, meio encabulado? E se for um psicopata? Ok, sem exageros.

Eu estou com um medo danado, mais do que se visse a Samara saindo da televisão. Sendo assim, gostaria de propor algumas reflexões aqui (e eu vou refletir junto):

1) O que você é ao vivo e a cores, condiz com o que você demonstra ser através da tela do seu celular? 
EU: Nem sempre. Mas chega bem perto, muahahá.

2) Você teria coragem de falar ao vivo, todas as coisas que você já ousou falar enquanto estava no celular com alguém?
EU: Com certeza não. Inclusive... Aquelas... Ui.

3) Por quê? (Esse porquê é válido para a pergunta número 1 e 2.
EU: Porque sem o possível (e provável) olhar julgador das pessoas, eu me sinto mais à vontade para falar as minhas groselhas. 

4) Você já se comportou de alguma dessas formas exemplificadas no começo desse post?
EU: É... Veja bem... Olha, mas eu tive meus motivos...

Agora vamos lá. Essa é pra fechar com chave de ouro.

5) Estaria disposto a repensar nesse jeito bipolar de ser?
EU: Siiiiiim! Quero ver, estar e abraçar pessoas. Tantas quantas eu puder! (Menos... menos... Ok). 

E cá entre nós, nós não falamos apenas com palavras, nos comunicamos através do olhar também. A gente perde muitíssimo mantendo esse distanciamento bobo. E se a presença é uma fator intimidante pra não falar bobeiras, ótimo! Precisamos aprender a medir nossas palavras mesmo, ou ter mais coragem de se colocar de maneira sincera na presença dos outros. Só ganhos!

Tem um verso no livro de Salmos, capítulo 133 que fala "Como é bom e agradável quando os irmãos vivem em união". Isso sem contar inúmeros exemplos das coisas que aconteciam quando as pessoas estavam reunidas com um propósito tão nobre, ou por simplesmente por quererem e gostarem da companhia um dos outros. 

Enfim. Se a gente não conseguir melhorar esses vícios de tecnologia, o que vai sobrar para as gerações futuras? Se não tiver como estar junto, beleza. Mas esse lance todo de "a distância", sem necessidade, poderia ser revisto. Né? Só um pouquinho. Por favor.

Bom. É isso aí.

Desculpas pela demora em postar algo novo aqui. Estava com saudades.

Beijos e até mais. 

Ly: março/2017