domingo, 28 de julho de 2019

Eita! Amargou.


Essa semana eu fui visitada por um sentimento bem antigo que eu não sentia falta nenhuma... A amargura.

Eu não sei porque cargas d'água, antes de eu dormir, rodou um filme com os últimos piores acontecimentos que me magoaram bastante nos últimos anos. Eu fiquei tão triste. Acho que fiquei mais triste relembrando do que na época que aconteceu.

Fiquei pensando: "Por que eu deixei fazerem isso comigo?", "Por que tudo isso está vindo agora?", "Será que eu esqueci ou deixei de aprender alguma lição importante?". Veio um sentimento de culpa bem grande.  Estava pensando que não está em nenhum lugar na Bíblia que a gente precisa se perdoar. Maaaassss, está que devemos amar o próximo como a nós mesmos.

Amar inclui o perdão também, não é? Pois é. Então se serve para o próximo, deve servir para mim também. O difícil é que, tão forte quanto o pensamento sobre o que os outros fizeram é pensar que eu permiti e trouxe sofrimento para mim. Mas, calma! Nada acontece a toa. Aliás, aconteceu porque precisava. O sofrimento nos torna mais humildes (já me disseram) e o bife só amacia depois de levar muita martelada. Foi difícil, mas foi importante.

Tudo isso aconteceu de um dia para o outro, mas voltando para casa no dia seguinte, eu ainda fiquei matutando, "o que eu poderia fazer a respeito sem precisar dessas reprises de mal gosto?". Eu cheguei até a ler uma postagem aqui no blog sobre perdão e confesso que fiquei com vergonha.

Tem um versículo bíblico que diz, "...atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados." (Hebreus 12:15). A última postagem falava sobre se aproximar de Deus através do perdão, aqui o foco é outro, mas igualmente verdadeiro.

Vamos lá. A falta de perdão cria uma raiz amarga no nosso coração que, acredite se quiser, é profundo e contagioso. Gente amargurada resmunga, reclama de tudo e de todos e acaba amargando tudo e todos a sua volta. Neste final da semana eu estava parecendo uma velha rabugenta e tenho certeza que teve algo a ver com essas lembrancinhas do mal.

Acho que perdoar é mais difícil do que parece. Não é que nem descobrir um botão secreto na nossa cabeça que faz a gente superar, esquecer e ficar em paz o resto da vida. Acho que a gente precisa perdoar sempre. Sempre que as memórias quiserem visitar a gente no meio da noite, sempre que doer mais uma vez, sempre que esbarrar com aquela pessoa e por aí vai. Não tem fim.

Eu preciso perdoar quantas vezes forem necessárias e mesmo se doer de novo, vou perdoar de novo. Vou perdoar para vida continuar fluindo, para eu conseguir seguir em frente. Preciso ser fluente em perdoar, como se fosse um idioma novo que se eu não praticar, vou acabar esquecendo.

Espero poder perdoar mais, espero que essa postagem te ajude nas suas lutas e nas suas mágoas também. Tamo junto!

Grande abraço e até a próxima.

Lygia