segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Bohemian Rhapsody

Pra quem não sabe eu sou fã de Queen desde que eu me entendo por gente. Sim, meus pais ouviam quando eu era bem pequenininha e muitas letras do Queen eu não sei cantar, simplesmente porque quando eu era criança naturalmente eu não sabia inglês, então cantava do meu jeito: “Uí uêu uí uêu róquiú!”. Aliás, me surpreendo até hoje com algumas letras porque eu não sabia e ainda não sei. Sério! De verdade! Nas Olimpíadas de 1988, aos 4 anos eu vi e ouvi Freddie Mercury cantando How Can I Go On com a Monstserrat Caballe e essa música me arrepia até hoje. 

Quando o Fred faleceu em 1991, eu tinha 7 anos e eu chorei. Chorei quietinha no meu canto, porque eu sabia que alguém que eu gostava tanto de ouvir não estava mais respirando e que seu coração não estava mais batendo (na minha cabeça de criança eu via a morte dessa forma). Minha mãe falou na época que ele morreu porque tinha AIDS e não me explicou muito a respeito, apenas que ele gostava de homens. Mais uma informação na minha mais tenra idade. 

Quando saiu o filme, eu fiquei tão absurdamente ansiosa para ver! E sim, eu chorei o filme quase que inteirinho, inclusive quando ele fala para Mary que ela é o amor da vida dele (Love of My Life). Depois que o filme acabou e eu quase levei um capote na poça de lágrimas ao deixar o cinema, eu fiquei pensando em tanta coisa e hoje eu acordei pensando ainda mais, não pergunte o motivo, mas achei importante escrever. Na verdade, é um questionamento, um questionamento sobre trocar o eterno pelo transitório, ou, trocar o durável pelo passageiro. 

Eu não sei se as coisas aconteceram exatamente como descreve o filme, mas vou falar sobre como o filme retrata, que não é muito diferente do que já aconteceu na vida de zilhares de pessoas. Apareceu alguém na vida do Fredy que levou ele a uma vida de deleites e que isso lhe custou nada mais, nada menos do que a própria vida. Eu não estou falando sobre a sexualidade e nem vou falar. Mas olha só, ele tinha a mulher dos sonhos e da vida dele, estava no auge do sucesso, mas teve um "convite" da parte de alguém que no final do filme ele se refere a uma drosófila (drosophila); uma espécie de mosca que fica voando em cima de coisas que já apodreceram. Isso mudou toda a vida dele.

Sobre isso, quantas coisas as pessoas estão perdendo por conta de um prazer momentâneo e passageiro? Quantas histórias você conhece de vidas que acabam porque o que a pessoa já tinha deixou de ser satisfatório? Vamos simplificar? O que é que acontece quando a gente troca a razão pelas emoções do momento? Como cristã eu sei de uma luta que existe dentro da gente entre carne e Espírito, mas para o senso comum também estamos vivendo uma luta enorme entre a razão e o prazer. O que vale a pena sacrificar em nome do prazer e porque ele se tornou a coisa mais importante do mundo, que passa por cima de quem for pra se satisfazer? Passa por cima de família, de amigos, de valores, de quem quer que seja, o importante é ter prazer. 

A cena que mais me vem em mente no filme é a cara do ator que faz o Fredy quando ele entra naquele lugar cheio de luzes e de luxuria, o êxtase em saber que tudo o que ele nem imaginou poderia acontecer ali. O contraste dessa cena com a da Mary, segurando o telefone do outro lado da rua, com a luz acesa, tentando parecer animada com um brinde a nova vida do amor de sua vida. Eu fico pensando na Mary... Saindo um pouco do filme, eu sei que ela ficou ao lado dele até o final. Tem um clip em que o Fredy já está bem magrinho e que tem a foto dela o maquiando para o clip de These Are The Days Of Our Lives e eu me emociono sempre. A Mary não deixou de ser ela e o amou, e esteve com ele até o final. Inclusive no filme, quem vai atrás dele é ela.

Hoje eu acordei pensando: “Se ele tivesse feito escolhas mais pela razão do que pelo prazer, talvez ele estaria aqui hoje”. Ah Lygia, mas todo mundo tem o seu tempo certo aqui na Terra. Tem mesmo e todo mundo deixa lições do que poderia e do que poderia não ter sido feito e vivido. Quando eu vejo os integrantes do Queen, o Brian May tocando, o inacreditável Roger Taylor na bateria, eu lembro de outras bandas contemporâneas que estão na ativa, lembro da dor do John Deacon que não tocou mais nada por causa dessa perda, eu não posso deixar de pensar que ele poderia estar aqui. Talvez do lado da Mary, talvez não (dificilmente ou quase impossível que não), mas estaria aqui. 

E é essa reflexão que eu quero deixar contigo, já com um nó absurdo na garganta e os olhos marejados. Who Wants To Live Forever? (Quem quer viver para sempre?). Eu queria que ele tivesse vivido. Vale a pena trocar um prazer por uma vida inteira? 

Abração!
Ly

(Ah! Ouçam as músicas e prestem atenção nas letras, ainda é maravilhoso e inspirador).

sábado, 26 de junho de 2021

Aconteceu ontem a noite


Já devia ter passado da meia-noite, estava no sofá de bobeira quando ouvi um barulho de freios de carro, cantando os pneus e portas batendo. "Volta aqui pai! Vai atrás dele! A culpa é sua! Volta! Vooolta!" (Voz de criança).

Olhei pela janela, o pai estava andando acelerado e uma criança muito pequena que não devia ter mais que cinco ou seis anos gritando e correndo atrás do pai. Atrás da criança, sem correr, a mãe, deixando o carro todo aberto em frente ao prédio, na direção da minha janela. 

O filho correndo atrás do pai aos berros, o pai não olhou pra trás. A mãe indo buscar o filho. O carro todo aberto. 

Eu não sei o conteúdo da briga, quem estava certo e quem estava errado. Mas achei a cena muito pesada pra uma criança tão pequena assistir e tentar desesperadamente remediar. 

Eu não sou mãe, não tenho filhos (espero sim ter), mas já fui filha e algumas brigas foram assuntos de terapia por muitos anos, eu já na fase adulta. Então eu vou falar do jeito mais carinhoso possível: 

Pais, poupem os seus filhos do lixo mal resolvido de vocês. Só pensem nisso, por favor.

E é isso. Um pequeno desabafo porque ainda estou na cabeça com o grito desesperado da criança, vendo o pai indo embora e voltando pro carro aos berros de mãos dadas com a mãe. Era só pra colocar pra fora mesmo. 

Bom final de semana ❤️
Ly

domingo, 27 de dezembro de 2020

Cobra Kai


(Alerta spoiler, ou talvez não)

Amava os filmes do Karatê Kid quando eu era criança, mas nunca imaginei que iria me apaixonar tanto pelo personagem do Johnny Lawrence, o loirão que quebra a perna do Daniel e leva um baita chute na cara depois. 

No final do primeiro filme eu já gostei dele, porque depois de anunciarem a vitória do Daniel ele diz "Você mereceu, você é melhor do que eu!". Na série é incrível ver como esse personagem tem uma jornada dura para conseguir corrigir seus erros e ser alguém melhor.

Aí é que vem a parte realista da série que tirou algumas lições pra mim e por isso a tenho amado tanto. Vamos lá:

Lição número 1: Querer ser alguém melhor e correto é um processo difícil! 
Extremamente difícil! Você precisa lutar contra você constantemente. Ser humilde! Lutar contra as coisas que você acreditava estarem certas, assumir e reconhecer seu erros e fazer tudo de um jeito completamente diferente da forma como você sempre agiu.

Lição número 2: Prepare-se para todos os obstáculos que irão surgir para impedir a sua mudança!
Quando não é alguém do passado querendo forçar a barra falando que você continua o mesmo, é um vício, o desânimo, a falta de reconhecimento dos outros. Até mesmo um velho amigo que não é ruim, mas ele simplesmente não acredita em você. 

Lição número 3: Persistência!
O que eu mais gosto no personagem: ele é imperfeito! Escorrega, recua, mas, ele não desiste! Não importa se tiver que abrir mão de tudo o que conquistou. Ele aceita a derrota, fica triste e segue em frente. 

Lição número 4: "Ataque primeiro! Ataque com força! Sem piedade!" ("Strike First, strike hard, no mercy)
Por mais duro que pareça, no decorrer da série, Johnny Lawrence traz um significado novo para esse lema tão antigo. "Ataque primeiro", não fique esperando as coisas caírem no seu colo, vá atrás! "Ataque com força", seja intencional nas suas ações, não fique melindrado querendo dar a entender o que você realmente gostaria, seja assertivo. "Sem piedade", não olhe o outro como um pobre coitado, ajude ele a ser o seu melhor, ajude ele a ver a força que ele tem dentro de si. 

Bom, não estou ganhando um centavo pra fazer propaganda da série e posso quebrar a cara na próxima temporada porque antes era uma série do YouTube e agora é da Netflix. Mas até aqui tem me ensinado muito. 

Todo começo de ano eu traço apenas uma meta: ser alguém melhor do que eu fui no ano anterior. Doar mais de quem eu sou e do que eu tenho. Foi um ano difícil nesse sentido, fiquei triste, recuei, mas vou continuar seguindo em frente, como o Johnny. 

Hey! Se você leu até aqui, desejo que Deus te abençoe muito e que Ele te ajude muito nos teus sonhos e projetos e todo o mais.

Abração! 
Ly 🥰

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Nudes


Acredito que haja uma forma de falar sobre esse assunto sem julgamentos ou moralismo (quanta fé, né?). Então vamos lá. A ideia é propor uma reflexão a respeito dessa prática e tentar resgatar alguns pontos importantes que precisavam (ou deveria pelo menos) fazer parte da autoestima de cada um. 


O que realmente leva uma pessoa a compartilhar a sua intimidade com outras que, na maioria das vezes, nem deu tempo de criar um elo de confiança para saber se realmente as fotos não serão divulgadas, causando problemas ainda maiores. Cyberbullying, exposição desnecessária e contra a vontade de quem compartilhou  e que já levou até ao suicídio.


Tá Lygia, mas tem como usar o Snapchat e Instagram que apaga a foto rapidinho e pronto. Ah é? Você sabia que tem inúmeras formas de espelhar o App no PC e ferramentas de captura de tela que não notifica que a pessoa gravou essas imagens, como é o caso do Snap? Ter amigos em TI é saber que formas não faltam para gravar essas imagens e outra, quantos vazamentos de famosos ficamos sabendo. Isso acontece.


O ator Terry Crews, quando divulgou a sua história de superação em relação a pornografia disse muitas coisas boas, mas algo que eu destaco é o fato de que quando a pornografia te domina a outra pessoa deixa de ser uma ser-humano e passa a ser partes do corpo que causam excitação. 


Ou seja, a identidade não importa mais e muito menos a humanidade, você é reduzido a algumas partes do seu corpo e uma regra essencial do nudes é 'não pode mostrar o rosto'. Ou seja, é uma live pornográfica onde as pessoas se envolvem através de fotos e conversas sexuais para terem um momento de prazer momentâneo e adeus. Utilitário mais descartável do que isso são os vídeos xxx que você encontra por aí. 


A gente ouve tanto sobre empoderamento e outras ideologias que leva o poder, autonomia e liberdade até o pico do Everest, mas quando eu vejo adolescentes e jovens (e adultos também) envolvidos nessa prática eu questiono, onde fica o seu valor como pessoa empoderada no meio de tudo isso? Outras perguntas:


Além de se colocar em risco, o que isso agrega na sua vida? O quanto você se sente bem consigo e valorizad@ por outra pessoa quando termina aquele momento? O que você realmente gostaria de sentir quando está com alguém?


Pode parecer exagero, mas é porque eu acredito MESMO que tudo o que a gente quer na vida é ser amado e que os outros reconheçam a nossa importância e valor e que nos tratem com respeito. Mas como eu vou alcançar esse tipo de relação compartilhando o que eu tenho de mais meu, que é a minha intimidade? 


Sabe galera, às vezes a gente chega num ponto da vida que acha que não viveu nada, justamente porque a gente não consegue aproveitar o melhor que a vida tem a oferecer em cada fase e se satisfaz com essas amostras-grátis medíocres de romance descartável, o que muitas vezes só confirma os complexos mais profundos de inferioridade em algo líquido e transitório. Isso é ser empoderad@ mesmo? Sério?


Fica aí um desabafo/reflexão/ deixa eu falar que o seu valor é imenso e você é especial e importante como um todo, mente, alma e corpo e não apenas algumas partes. Pronto falei. 


Abração, amo todos vocês, caso contrário guardaria todos esses pensamentos só pra mim. 🥰


Ly

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

15 anos, sério?


Duas semanas atrás compartilharam uma notícia comigo sobre uma atriz que depois de 40 anos resolveu revelar que havia tido relações íntimas com um cantor bem conhecido de uma banda que particularmente eu abomino, justamente por causa de letras bem repulsivas no início da carreira que falam sobre sexo com menores e açúcar mascavo (entendedores entenderão).

Sobre o cantor, não me surpreendeu nem um pouco, mas sobre a atriz, por que ela esperou 40 anos para falar? Vou dizer o que ela disse. Ela contou que não queria expôr o cantor, muito menos processá-lo ou gerar algum tipo de polêmica que pudesse prejudicar a imagem dele. Muito pelo contrário. Ela queria compartilhar com o mundo a sensação de liberdade e empoderamento feminino que ela teve aos 15 anos de idade ao saber que poderia escolher o homem que fosse para ter relações; mesmo ele tendo 33 anos na época.

Nesse momento, uma "bela" cena passou pela minha cabeça. A primeira, foram os pedófilos aplaudindo de pé e assobiando efusivamente e a segunda, (tão ruim quanto a primeira) foram as meninas de 15 anos, ou menos, muito animadas e realmente achando que, mesmo com os seus corpos ainda não formados (nem sequer o útero), elas têm todo esse empoderamento e liberdade sexual para escolher quem quer que seja, quando e da idade que for.

Eu fico apavorada em pensar nesse tipo de discurso perto do feriado que se aproxima, onde adolescentes e jovens estão saindo para fazer o que bem entendem, com quem bem entendem. Penso nos estados do Norte, na prostituição infantil. Penso no tanto de droga, bebida e esse tal empoderamento nas ideias de gente que nem começou a pagar o primeiro boleto, que ainda sabe muito pouco da vida, que mal aproveitou a infância e já pulou da adolescência para a fase adulta, imaginando que toda essa libertinagem tem alguma coisa a ver com liberdade.

Nas vésperas do Carnaval eu só tenho um pedido: orem e olhem pelas nossas crianças e adolescentes, orem por essa juventude. A vida de verdade passa muito longe do que esse mundo oferece. Tem muita coisa a ser aproveitada que não tem nada a ver com essa folia desvairada e inconsequente. Mês de novembro a gente vê os frutos de toda essa farra, ou não! Minha cunhada trabalha no UTI neonatal, vocês não fazem ideia de quantas meninas morrem ao dar à luz porque o corpo ainda não está formado. Isso vocês nunca verão nas séries e novelas que incentivam a sexualidade precoce.

Empoderamento não tem nada a ver com isso. Aproveitem a melhor fase de todas, a melhor idade dos 15 anos, onde a mente está mais clara e as responsabilidades são mínimas, não inventem pra cabeça de vocês se deem o valor de verdade. Sejam livres para escolher quando e com quem de verdade, mas com alguém que as amem de verdade e estejam dispostos a dar a própria vida por vocês. Com alguém que não precise ficar postando frases lacradoras de amor próprio sem sentido no dia seguinte.

A juventude não foi feita para isso. Conheço meninas de 18 que já viveram tudo e não veem sentido em mais em nada. Vocês têm o mundo nas mãos para alcançar. Amizades para fazer, lugares para conhecer, milhares de coisas para aprender, pessoas para ajudar, sentido de vida para viver. Vida de verdade!

E era isso que eu queria desabafar nessa semana. Sinceramente, para ter alegria e folia precisava de muitos bons motivos para isso: boa saúde, boas escolas, bom ensino, segurança, emprego para todo mundo, menos violência, mais amor. Seria maravilhoso se nesse feriado revertessem todo esse investimento ao que realmente importa. Mas... Realmente, eu não tenho esperanças de um mundo perfeito, contudo, isso não me impede de continuar a orar por ele, tendo esperança que melhore e inclusive pelas lindas princesas de 15 anos que estão se perdendo por aí.

Grande abraço.
Ly :,(

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Misericórdia!


"...porque a Sua misericórdia dura para sempre." (Salmos 136)

Quem me conhece sabe que eu não gosto de repetição. Sim, cânticos e músicas que repetem o refrão ou uma frase 548 vezes, chega uma hora que eu nem canto mais. Vira mantra e não curto mantras. Sabe por que? Porque eu não gosto de repetição.

Sempre que eu lia o Salmo 136 eu ia pulando essa parte de cada versículo, porque essa frase se repete em todos os 26 versículos desse Salmo. Eu pensava "que coisa! Deus já entendeu". Porém, semana passada esse texto estava na minha leitura diária e lá vamos nós de novo. Só que dessa vez, pacientemente eu li todas as vezes e bem pausadamente. Tudo bem, passou.

Nessa semana ouvi uma oração que dizia, "Senhor, tem misericórdia de nós...", e aí me veio imediatamente na cabeça: "Mas a misericórdia Dele dura para sempre!". Tipo assim, não sou eu que estou repetindo, é Deus quem está falando incessantemente para me lembrar que a Sua misericórdia dura para sempre. É Dele pra mim e não o contrário.

Deus não só é eternamente misericordioso, mas Ele renova as Suas misericórdias a cada manhã porque Ele sabe o quanto precisamos, o quanto não somos nada sem o Seu amor, perdão, cuidado e tudo isso se resume nessa palavra: misericórdia.

Queria compartilhar esse pensamento porque sim, ué. Espero que fale ao seu coração também.

Beijão.
Ly ❤️

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Setembro Amarelo - Um olhar cristão para os cristãos


Chegamos ao mês de setembro, o mês de conscientização e prevenção ao Suicídio. Mas por que amarelo para definir esse mês? Em 1994 o jovem norte americano, Mike Emme tirou a própria vida, dirigindo o seu carro amarelo; no seu funeral, amigos e familiares distribuíram cartões com fitas amarelas com mensagens de apoio para pessoas que estivessem enfrentando as mesmas dificuldades.

Como cristãos que não (ou ainda não) passamos por tamanho desespero, podemos pensar: Até que ponto a pessoa pode chegar frente ao desespero, angústia e tamanha aflição? Antes de responder, precisamos lembrar que a tristeza está presente em muitas passagens bíblicas e conhecemos homens de fé que tiveram o mesmo anseio de terem as suas vidas interrompidas.

Em Números 11.11 Moisés, frente ao excesso de trabalho e as recla mações do povo, pede para que Deus dê fim a sua existência: “Se assim me tratas, mata-me de uma vez, eu te peço, se tenho achado favor aos Teus olhos; e não me deixes ver a minha miséria”. Em Jó 7.16, depois de uma mudança drástica de vida, do seu estado de saúde e depois de tantas perdas, Jó desabafa: “Estou farto da minha vida; não quero viver para sempre. Deixa-me, pois, porque os meus dias são um sopro”.

Jonas, indignado com a remissão de um povo que ele julgava indigno de perdão, se revolta ao ponto de também desejar a morte: “Peço-te, pois, Senhor, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver” (Jonas 4.3). Elias, sofrendo  perseguição depois de ter enfrentado os profetas de Baal, sente-se sozinho, temeroso e desamparado, também deseja a morte: “Basta, toma agora Senhor a minha alma” (I Reis 19.4).

Observe como cada um teve um motivo diferente para desejar a própria morte. Isso nos fala bastante, pois muitas vezes julgamos apenas por um ponto de vista, por exemplo: “foi covardia, foi fraqueza, foi egoísmo”. Como é importante um olhar de empatia frente as pessoas que sofrem das mesmas aflições que pessoas na bíblia, homens de Deus e profetas sofreram. Qual atitude Deus espera que tenhamos? Conhecer o que está acontecendo é o primeiro passo a se dar.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde e dados estatísticos do Centro de Valorização da Vida, a maioria dos casos de suicídio são decorrentes de quadros de doença mental. A enfermidade mental ou emocional também é uma mazela que muitos enfrentam nesse mundo decaído pelo pecado; mas elas se igualam a quaisquer enfermidades de outra natureza e devem ser tratadas como tal. Em Tiago 5.13 diz que, se há alguém entre nós em enfermo, ore! “E a oração da fé salvará o doente e o Senhor o levantará”.

Tenha uma escuta acolhedora, a tristeza que é silenciada adoece a alma. Paulo instruiu a igreja de Tessalônica e Romanos diversas vezes quanto ao consolo mútuo entre os irmãos: “Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente” (I Tes. 5.11), “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram” (Romanos 12.15). Além de diversos outros textos de exortação ao amor fraternal.

Muitas vezes simplificamos ou diminuímos o sofrimento do nosso próximo entregando uma solução rápida ou resumindo a situação à falta de temor a Deus. No momento em que essasp pessoas mais precisam ser abraçadas, ouvidas e compreendidas, uma atitude assim tende a afastar ainda mais, não apenas do seu convívio social, mas até mesmo de sua fé. Você pode revelar o cuidado e o amor de Jesus nessas vidas através das suas atitudes. Veja como Jesus agia frente a diagnósticos errôneos de seus discípulos: “E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (João 9.2-3).

Deus tem um propósito maior por detrás de tamanho sofrimento, Jó no final de tudo, afirma: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem” (Jó 42.5). Auxilie essas pessoas para mais perto de Deus, Ele nunca desperdiça uma dor, não tenha a mesma atitude dos amigos de Jó. Saiba acolher, ore, abençoe essas vidas com a sua companhia e sim, ajude-as a encontrar conforto em Deus, mas esteja disposto a ouvir sem julgamentos ou conclusões precipitadas.

Muitos casos precisam de acompanhamento especializado, assim como qualquer outro tratamento médico. Nos compadecemos por pessoas que descobrem um câncer, mas conseguimos ser tão frios e indiferentes frente às tristezas e outros quadros clínicos que envolve a saúde mental. É a mesma coisa e ainda mais perigoso, pois o que tange as emoções tira a nossa paz, drena a nossa alegria e nos coloca em um poço de desespero, sozinhos. O tratamento é muito importante! Encaminhe, vá junto com a pessoa se for preciso.

Que o Senhor nos ajude a ter o que for preciso para cuidarmos uns dos outros e sermos sensíveis ao sofrimento daqueles que estão próximos a nós, quer seja em nossa comunidade de fé e naqueles que precisam ter a sua alegria restaurada em Cristo. Que como cristãos, possamos levar essa esperança a outras pessoas, sabendo que uma medida não exclui a outra. De Deusvem todo o conhecimento e Ele conferiu saber ao homem para que o cuidado e a cura alcancem aqueles que tanto precisam nesse mês e todos os dias.

domingo, 28 de julho de 2019

Eita! Amargou.


Essa semana eu fui visitada por um sentimento bem antigo que eu não sentia falta nenhuma... A amargura.

Eu não sei porque cargas d'água, antes de eu dormir, rodou um filme com os últimos piores acontecimentos que me magoaram bastante nos últimos anos. Eu fiquei tão triste. Acho que fiquei mais triste relembrando do que na época que aconteceu.

Fiquei pensando: "Por que eu deixei fazerem isso comigo?", "Por que tudo isso está vindo agora?", "Será que eu esqueci ou deixei de aprender alguma lição importante?". Veio um sentimento de culpa bem grande.  Estava pensando que não está em nenhum lugar na Bíblia que a gente precisa se perdoar. Maaaassss, está que devemos amar o próximo como a nós mesmos.

Amar inclui o perdão também, não é? Pois é. Então se serve para o próximo, deve servir para mim também. O difícil é que, tão forte quanto o pensamento sobre o que os outros fizeram é pensar que eu permiti e trouxe sofrimento para mim. Mas, calma! Nada acontece a toa. Aliás, aconteceu porque precisava. O sofrimento nos torna mais humildes (já me disseram) e o bife só amacia depois de levar muita martelada. Foi difícil, mas foi importante.

Tudo isso aconteceu de um dia para o outro, mas voltando para casa no dia seguinte, eu ainda fiquei matutando, "o que eu poderia fazer a respeito sem precisar dessas reprises de mal gosto?". Eu cheguei até a ler uma postagem aqui no blog sobre perdão e confesso que fiquei com vergonha.

Tem um versículo bíblico que diz, "...atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados." (Hebreus 12:15). A última postagem falava sobre se aproximar de Deus através do perdão, aqui o foco é outro, mas igualmente verdadeiro.

Vamos lá. A falta de perdão cria uma raiz amarga no nosso coração que, acredite se quiser, é profundo e contagioso. Gente amargurada resmunga, reclama de tudo e de todos e acaba amargando tudo e todos a sua volta. Neste final da semana eu estava parecendo uma velha rabugenta e tenho certeza que teve algo a ver com essas lembrancinhas do mal.

Acho que perdoar é mais difícil do que parece. Não é que nem descobrir um botão secreto na nossa cabeça que faz a gente superar, esquecer e ficar em paz o resto da vida. Acho que a gente precisa perdoar sempre. Sempre que as memórias quiserem visitar a gente no meio da noite, sempre que doer mais uma vez, sempre que esbarrar com aquela pessoa e por aí vai. Não tem fim.

Eu preciso perdoar quantas vezes forem necessárias e mesmo se doer de novo, vou perdoar de novo. Vou perdoar para vida continuar fluindo, para eu conseguir seguir em frente. Preciso ser fluente em perdoar, como se fosse um idioma novo que se eu não praticar, vou acabar esquecendo.

Espero poder perdoar mais, espero que essa postagem te ajude nas suas lutas e nas suas mágoas também. Tamo junto!

Grande abraço e até a próxima.

Lygia

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Maio Laranja



O dia é 18 de maio de 1973. Uma criança chamada Araceli Cabrera Sanches Crespo, de Vitória, Espírito Santo é brutalmente assassinada. Seis dias depois, encontraram seu corpo desfigurado com evidências de abuso sexual. Os dois principais suspeitos eram pessoas de famílias muito influentes que foram condenados apenas em 1980. Porém, após novo julgamento, foram libertos em 1991. No ano de 2000, o Congresso Nacional instituiu o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, exatamente na data da morte de Araceli.

Uma matéria realizada pela BBC Brasil no ano de 2018, revelou o caos no controle de denúncias de violência sexual contra as crianças. A matéria constatou que nenhum órgão mapeia essas denúncias e nem monitora o que acontece com elas, impossibilitando o acesso a dados estatísticos precisos. Na experiência clínica em atendimentos psicológicos, o número é expressivo, contudo, alguns pacientes só conseguem revelar que sofreram violência sexual na infância quando já estão na fase adulta.

Alguns motivos pontuados são: medo de que não fossem acreditar, receio em prejudicar a família, vínculo afetivo com o agressor (confusão e desorientação devido à idade em que o abuso ocorreu ou iniciou), sentimento de vergonha e culpa, sensação de que a família não irá entender e poderá responsabilizar a vítima, dentre outras razões.

O abuso sexual pode contribuir para o desenvolvimento de uma série de transtornos mentais que poderão acompanhar a pessoa por toda a sua vida. Podemos citar aqui problemas como depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), dentre outros. As pessoas que sofreram agressão sexual na infância ou adolescência também podem se sentir desajustadas socialmente, podem se tornar inseguras, além de terem grandes dificuldades em se relacionarem afetivamente com outras pessoas, podendo também entrar em outros relacionamentos abusivos. Outro dado importante, é que muitas vezes as pessoas que sofreram o abuso sexual, já possuem algum histórico de outros casos que ocorreram na mesma família. Dados colhidos no Reino Unido constatam que mais de 90% dos abusos são causados por pessoas da mesma família.

Algumas crianças e adolescentes têm uma mudança expressiva de comportamento que são fortes indicativos de abuso sexual. Como por exemplo, demonstrarem medos que não tinham antes, como de escuro, de ficar sozinha ou perto de mais de outras pessoas. Também pode ocorrer uma alteração repentina no humor, de extrovertida para introvertida, de calma para agressiva. Sintomas de culpa excessiva, autoflagelação, até mesmo alguns casos de transtornos alimentares têm correlação com abuso sexual na infância. A criança pode apresentar um comportamento “regredido”, como fazer xixi na cama, ou comportamentos infantis que já havia abandonado. O fato de muitas vezes sofrerem ameaças físicas do agressor, pode fazer com que demonstrem um comportamento mais arredio e temeroso. A criança pode sofrer uma mudança brusca nos hábitos, como baixo rendimento escolar e isolamento. Também podem apresentar um comportamento mais sexual, envolvendo brincadeiras com terceiros.

Independentemente da idade da vítima, é importante que o ouvinte saiba como receber essa notícia. Primeiramente, atente apenas a ouvir, não tente solucionar imediatamente, o gesto da pessoa em contar já está sendo algo muito dificultoso. Pergunte sobre como ela está se sentindo e não tente diminuir a sua experiência diante de catástrofes maiores que venha a mente. Cuidado para não dar a entender, nem por um minuto que a pessoa tenha alguma parcela de responsabilidade pelo que aconteceu. Reagir de maneira violenta em relação ao agressor pode ser perigoso, ainda mais se é alguém próximo da vítima ou com vínculos familiares. Demonstrar indignação ou descrença pode prejudicar ainda mais, bem como espalhar para terceiros o que ouviu. Não faça fofocas. O acolhimento é necessário e é o início do processo de cura. Muitos podem recorrer a psicoterapia e acompanhamento com profissionais especializados para auxílio emocional.

Existem medidas eficazes que podem ser tomadas para auxiliar as vítimas, considerando, acima de tudo, que ela deva ser encorajada a falar e fazer o que for preciso nestas situações. Existem os telefones 190 (Polícia) e 181 (Disque Denúncia Anônima), que são linhas seguras de denúncia, cuja as ligações são registradas e gravadas para que haja o repasse correto para as entidades que encaminharão o caso. Também existe um meio mais ágil em termos práticos que é se dirigir ao Fórum de sua cidade e solicitar o promotor, que irá encaminhar a vítima imediatamente para realizar todos os trâmites necessários. Muito importante ressaltar que o crime de violência sexual contra a criança e adolescente, é um crime imprescritível, ou seja, mesmo que a vítima já tenha atingido a idade adulta, ela ainda pode denunciar o agressor que responderá pelo crime, independente de quanto tempo tenha passado.

É válido ressaltar a importância do acolhimento as vítimas e encorajamento para que essas crianças não cresçam com esse segredo, minando a esperança de um futuro melhor, com relacionamentos saudáveis, longe do perigo. Além de oferecer oportunidade de tratarem o trauma e terem resiliência frente aos demais desafios da vida. Que essas cicatrizes não definam um futuro sombrio, mas que mobilizem ações eficazes para mitigar os riscos para as gerações futuras.

Lygia Rolim Correia
Psicóloga

quarta-feira, 24 de abril de 2019

As Palavras tem peso


... já me disseram uma vez e fiquei refletindo muito a respeito dessa frase. Pensei também em provérbios que diz: "Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo."
(Provérbios 16:24)

Tudo o que falamos tem repercussão e muitas vezes ela é maior do que imaginamos, especialmente na vida de quem é mais chegado. Certa vez, falando para as mães dos meus alunos adolescentes, expliquei que o que uma mãe dizia para o filho iria repercutir durante toda a existência dele. Quando esses falharem ou sofressem alguma decepção, a primeira voz a vir a memória seria da mãe, ou de quem eles tem mais apreço.

Pensando nisso, olha que ferramenta preciosa temos nas mãos. As palavras são como sementes plantadas no coração de alguém que irá dar o fruto correspondente. Isso pode ser uma benção, como também uma maldição. Outro texto de Provérbios diz: "Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo."
(Provérbios 25:11)

A palavra bem falada em tempo oportuno é uma preciosidade. Em Colossenses 4.6 ainda fala: "A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um."

Isso faz com que a gente possa parar para pensar um pouco, como tem sido as palavras para aqueles que eu amo e quero ajudar? O quão importante é o que eu digo para quem precisa de apoio e compreensão.

Muitas vezes machucamos querendo ajudar, é importante saber o que falar e o momento de falar, como vimos nos textos acima. Mais do que isso, precisamos nos responsabilizar dos efeitos que isso pode gerar na outra pessoa também.

Temos uma ferramenta poderosa em nossas mãos, ou melhor, na nossa boca.  Que possamos buscar sabedoria na hora de utilizá-la.

Grande abraço, até a próxima.

Lyli

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Pessoas machucadas machucam


Por que é importante curarmos as nossas feridas? Nunca um assunto foi tão recorrente em uma única semana. Eu já havia tratado deste tema com algumas pessoas e acho importante compartilhar algumas coisas, pois eu não quero que elas se percam ou eu esqueça. Melhor registrar enquanto ainda estão um pouco frescas na memória.

Algo importante que percebi é o quanto o meu estado de espírito interfere na forma como eu encaro as coisas. É bem simples, se eu estou bem, satisfeita e feliz, pode desabar o mundo a minha volta que eu puxo uma água de coco e me espreguiço. Agora se eu estou na bad, na pior, qualquer coisa me tira do sério, pode ser uma pomba fazendo um “pru” mais alto, ou uma coisinha de nada, meu sangue vai esquentando e quando vou ver já estou praguejando.

Praguejar e reclamar, e julgar e apontar erros, tudo isso fez parte da minha vida durante um bom tempo. Quando meus pais estavam se separando eram muitas brigas em casa. Não só entre eles, entre mim e eles também. Eu lembro que na escola eu tinha uma amiga que era bem despojada; ela era dura, mas na brincadeira. Certo dia eu cheguei para essa amiga e falei que não gostava do jeito que ela falava comigo e ela ficou assustada. Simplesmente não nos falamos mais, depois ficou meio ok, mas cada um no seu quadrado.

Mil anos depois eu encontrei essa amiga nas redes e mandei uma mensagem pedindo perdão, e explicando que era a época que eu mais estava machucada e que eu não diferenciava mais uma coisa da outra e tudo estava me machucando também. Ela respondeu que estava tudo bem e todos foram felizes para sempre. Fim.

Agora tente imaginar tudo isso em uma escala ainda maior. Imagine algo que sempre que você lembra, dói de novo e de novo? Você se sente assim em relação alguma coisa? Pois é, talvez você seja uma pessoa machucada também ou talvez algumas feridas ainda não cicatrizaram.

Qual é o perigo de manter uma ferida assim aberta? O perigo é você ferir outras pessoas, e geralmente são as mais próximas. Muitas vezes é sem perceber, o processo é bem mais inconsciente do que consciente ou premeditado. Nós conseguimos dar o que transbordamos, conseguimos dar o que temos. Existem pessoas que conseguem dar o que não tiveram, e isso é maravilhoso. Mas não é sobre isso que eu estou falando.

Manter uma ferida aberta dentro de você é permitir que ela crie raízes profundas no seu ser, tais raízes irão precisar de alimento e elas podem consumir a sua alegria, sua paz, sua vontade de estar com as outras pessoas. Tais feridas contribuem para que um vazio e uma dor comecem a crescer, tirando o sentido das coisas que antes eram tão prazerosas, mas que agora não tem cor.

O processo de olhar para dentro de si não é fácil, reconhecer os lugares escuros dentro de si pode ser uma tarefa amedrontadora, mas os fantasmas que sondam a nossa alma não se contentam em viver apenas dentro de nós, eles querem sair e muitas vezes ele saem em forma de ofensa, ou um descuido consigo mesmo pela falta de esperança, palavras duras sobre si, sobre os outros, sobre tudo. Pessoas feridas abrem feridas em outras pessoas, por isso é tão importante tratar essas feridas.

E como tratar? Eu poderia ser bem simplista dizendo para você fazer psicoterapia (sou suspeita para falar, aliás), mas antes é preciso reconhecer que existe algo embolorando seu coração e a sua mente.  Observe se as emoções estão controlando mais coisas do que deveriam. Dê ouvidos as pessoas mais próximas, inclusive se elas começarem a se preocupar. Você não precisa enfrentar tudo isso sozinho.

Algumas vezes entramos no círculo vicioso da culpa, começamos a ter comportamentos tóxicos, mas ao nosso ver, justificáveis e aí, mesmo que não seja o melhor, acaba sendo cômodo retroalimentar esse estilo de vida de novo e de novo. Culpa também machuca, a pessoa e quem está em volta. Culpa traz peso, mas não traz mudança de vida. Ela te acusa e você se conforma, é assim que ela funciona, te mantendo sempre no mesmo lugar. Cuidado com a culpa.

Tem um versículo que eu gosto bastante, ele me ajudou em muitos momentos: “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas tu e tua descendência” (Deuteronômio 30.19).

Nós temos duas escolhas diante das nossas feridas, tratá-las, deixar Deus tratar, o psicólogo, psiquiatra, as pessoas que nos amam tratar, ou escolher viver de forma nociva para si e para todos a sua volta.

Grande abraço!
Até a próxima :)

Ly

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Perseverança ou Persistência?


Certa vez, conversando com meu pai, entramos nessa questão de quando será que devemos perseverar em algo e quando devemos admitir que estamos dando murro em ponta de faca. Desde já peço perdão por distinguir a perseverança da persistência, talvez uma seja sinônimo da outra, mas aqui vou separar as ovelhas das cabras. O primeiro é nobre e o segundo é sinônimo de teimosia (no pior sentido mesmo).

Bom, vamos lá. Vou começar com a persistência e para isso, vou contar uma história. Mas antes, não quero tirar o mérito de que tudo o que acontece, acontece por um motivo e uma razão, mesmo que a razão seja, pura e simplesmente, para dar o exemplo do que não se deve fazer. Agora vamos para a história. Lamento informar que é baseada em fatos reais. Algumas modificações foram realizadas para preservar a identidade de seus autores.

Era uma vez um rapaz que queria muito ter um animalzinho de estimação. Só que esse rapaz tinha um histórico muito interessante de desequilíbrio emocional e falta de responsabilidade. Ninguém achava um boa ideia ele ter um cãozinho. Porém, passados uns bons anos, e depois de muita briga, ele conseguiu o seu tão esperado filhotinho. Não muito tempo depois, o cãozinho, coitado, acabou sendo uma válvula de escape de suas frustrações, sem contar de negligência. Os vizinhos, muito indignados e compadecidos pelo bichinho, o denunciaram para uma entidade que resgataram o pobre animal (o cachorro, tá?). Além disso, familiares e amigos se certificaram que o rapaz não adquirisse nenhum outro animal.

Por hora vou parar por aqui, pois quero dar um exemplo de perseverança antes de passar para os pontos mais importantes dessa reflexão. A história a seguir também é baseada em fatos reais e está relatada no primeiro capítulo do primeiro livro de Samuel, na Bíblia.

Existia uma mulher chamada Ana que queria muito engravidar, mas não podia. Isso a entristecia demais da conta, ela mal comia ou dormia, o choro era o único alimento dela. Ana orava bastante, pedindo um filho, mas certa vez ela estava tão angustiada que fez um voto com Deus: “Se me der um filho, ele vai trabalhar para o Senhor, na Sua casa”. Depois dessa oração, parece que Ana tirou um peso enorme das costas. Ela se sentiu melhor, foi comer e adivinha só? Depois de um tempo teve um lindo menininho, que assim que adquiriu uma certa idade foi trabalhar no templo, virou profeta, gente importante e um instrumento absurdamente edificador na história do povo de Israel.

Agora vamos as considerações. Como é que eu vou saber quando eu estou sendo perseverante e quando estou sendo persistente (cabeçudo, teimoso)? Seguem os pontos importantes:

1. A persistência visa os seus próprios interesses, é egoísta, enquanto a perseverança é altruísta, não tem um fim em si mesmo, mas sempre irá servir um propósito maior. Vamos pegar o exemplo do cãozinho. Talvez o desejo em tê-lo era o de tentar tapar algum buraco emocional, ou mesmo ter aonde descontar tudo de ruim que havia no rapaz (mesmo que de forma inconsciente e não intencional). Já Ana, nem sequer desfrutou da adolescência, não viu seus netos. O fato de saber que geraria alguém que seria uma grande benção  pra tanta gente já era o suficiente.

2. A perseverança traz legado, a persistência fica pra semente. Quando você deseja algo que permanecerá mesmo depois de você ter partido, já é um indício forte que o caminho correto seja perseverar. A persistência serve um fim egoísta não gera frutos, não agrega, não é algo que alguém queira dar continuidade. Ela serve a vontade de quem a deseja e depois morre aí. Visa um fim em si mesmo.


3. Por último, mas não menos importante. A perseverança traz motivação e alegria. O choro de Ana acabou quando ela anunciou o ponto 1 e o ponto 2. “Não é por mim e nem pra mim”. A perseverança, quando alcançada traz satisfação e uma sensação de realização. Já a persistência é cega, não traz paz. É uma paixão que desafia a coerência e a razão. É uma fome que não se sacia mesmo quando alcança o seu objetivo. Sabe aquela sensação de “eu deveria estar feliz e realizado agora que consegui, mas não estou...”?

Não sei se você tem vivido esse dilema ou se o caminho a sua frente é bem nebuloso, mas espero que essa reflexão te ajude a encontrar um norte. Sonhe, tenha planos, mas não deixe de refletir sobre cada um deles. Tudo bem desejar algo para si, não tem problema nenhum. Apenas atente para o que se deve lutar e o que se deve entregar e tocar o barco.

Grande abraço e até a próxima.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Mas as coisas mudam...



Essa semana eu estava mostrando os meus desenhos ao meu namorado e me deparei com esse de 2011. Fiquei surpresa e mostrei ao meu irmão Bruninho, que é um artista nato e ele disse que estava fantástico! Eu também gostei muito, mas a questão não é essa.

Eu lembro que quando eu desenhei esse coração eu queria desenhar 'o meu' coração. Ou seja, o estado dele naquela mesma época. Observe na pontinha, em baixo do meu nome: 27/VII/2011. Final de julho de 2011.

Eu olhei para o centro e vi a história do meu Senhor Jesus: nasceu humilde, morreu por mim, Ele é o cordeiro que se sacrificou e também o Leão, vitorioso! Morreu na cruz, mas ressuscitou. Da mesma forma como subiu aos céus, Ele vai voltar. Tudo desenhado no centro do meu coração. A história em forma dentro do formato da cruz. A história imutável, desde muito nova.

Todas as demais coisas nos outros quadrantes: corações, flores, tempestades, barco, noite, dia, chuva que parecem lágrimas, mão, sorriso e choro. Cada um desses elementos tem um significado. Desculpas ter que te frustrar, mas é que eu simplesmente não me recordo o que eles significam, E eu sei que isso não é comum pra mim.

Minha memória é excelente! Pergunte pra minha família, melhor, pergunte pra minha prima. Eu lembro em detalhes o vestido que ela usou no seu aniversário de 15 anos e qual a ocasião que ela usou esse vestido de novo (em um final de ano, era um vestido muito bonito). Eu não esqueço das coisas facilmente e principalmente coisas relacionadas a choro e tristeza. Mas ao ver esse desenho, eu não me recordo.

Talvez pelo fato do meu coração ter passado por mudanças. Ele amadureceu, aprendeu algumas coisas, ganhou algumas e felizmente perdoou tantas outras que trazia peso. Ele passou por mudanças nestes quadrantes. Mas veja, somente nos quadrantes. O centro continua intacto. A verdade mais importante eu desenharia pequena, desenhei em 2011 e desenharia agora de novo.

Que bom que as coisas mudam e que bom que o essencial permanece o mesmo. Tenho certeza que ter Jesus morando no meu coração seja o motivo de eu ter conseguido deixar tanta coisa pra trás. Exemplo de amor, perdão, choro, solidão, alegria, redenção, tudo isso... Encontro Nele sempre.

Grande abraço e até a próxima.

Ly

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Uma imagem vale mais que...


...mil palavras. Eu sei! Mas eu fiquei muito emocionada com essa foto e com esse acontecimento. Tocou no fundo do meu coração, de verdade. 

Eu levei essa foto a uma palestra sobre Autoestima que eu dei nessa terça-feira em uma escola lá em Campo Limpo. Parte do projeto Escola da Vida da MPC (joga no Google, no Youtube e conheça o projeto, é lindo!). Enfim! Eu levei essa foto pra falar um pouco sobre amizade, no sentido, qualidade e não quantidade. 

Quantas vezes na vida eu já fiquei me sentido a mosca do cocô do cavalo do bandido, me achando um nada por não ter muitos amigos, ou amigas. O legal foi, que em alguma fase da minha vida eu perdi todas as minhas amizades, zerou total! Não sei se eu já falei sobre isso aqui, mas foi na época da separação dos meus pais. Eu era adolescente, uma pessoa bem rígida, moralista, chata, mas amava demais as minhas amigas. Enfim, elas não aguentaram minhas chatices (que fique bem claro que era sempre em prol do bem delas), e eu fiquei forever and ever alone. 

Depois disso, muitas coisas começaram a me machucar (virei fera ferida), como não ser chamada para festas de aniversário, eventos em geral, etc. A medida que fui crescendo, me magoei gratuitamente até com eventos basicões os quais eu não era convidada. Na boa, comecei a achar que o problema era comigo mesmo e não com os outros. Por que raios me incomodar tanto em não ser convidada pra algo que praticamente todos os meus amigos estariam? 

Houve uma época que foquei em números. Tanto de likes, quanto de amigos, quanto de seguidores, quanto de... Enfim. Me tornei uma pessoa obrigada a me dar bem com todo mundo e "ai de quem" esboçasse alguma antipatia pela minha pessoa. Nessa parte, vale uma pausa pra fazer um pedido. Existe uma série chamada "The Black Mirror". Por favor, assistam o primeiro episódio da terceira temporada chamado "Queda Livre". Conta basicamente a história de uma jovem que queria muito ser alguém na vida virtual, porque na vida real ela se sentia um nada. 

Interessante nessa série é que os likes que ela tinha na vida virtual definia até o carro, passagens de avião, tudo que ela poderia ter acesso. Pronto, parei com o spoiler. Mas assistam! Essa série trata de muitas coisas que são deveras reflexivas, ainda mais se formos comparar ao que vivemos hoje em dia. 

Mas voltando a foto da Selena Gomez antes da cirurgia de transplante de rim. Quem doou um rim pra Selena, foi sua amiga  Francia Raisa. Mano do céu. Vou fazer aqui a mesma pergunta que eu fiz pra galera da palestra na terça (eram alunos de 11 a 14 anos, então, sejam maduros ao responderem). Você tem pelo menos um amigo que daria um rim por você? Pensa melhor. (tic tac). Agora pergunta número dois. Você seria esse amigo a doar um rim? Ahá! Pode pensar, vai. Não responde de pronto não. Vai pesquisar sobre os riscos, a idade média de vida de uma pessoa que só tem um rim. Vai lá e depois você responde. 

Meu! Isso é muito bonito. A carinha de uma olhando pra outra na foto é impagável. Tenho certeza que quem tem uma amiga assim, tem tudo. 

Mas aí, eu fiquei pensando em uma coisa também. "Poxa, eu já tenho!". E isso eu não falei na palestra, mas talvez eu deveria ter falado (auto tapa na cabeça). Eu tenho um amigo que não deu só um rim, ele entregou a vida toda, até o último suspiro. Esse amigo é Jesus. Tudo o que eu sempre procurei em outras pessoas, em likes, em quantidades, em números, até nas minhas amizades mais antigas e mais atuais, tudo isso eu já tenho em Jesus. 

Na boa, ninguém me ama mais e nunca vai me amar mais do que Ele. Não sei se você que está lendo tudo isso aqui (começou com um belo desabafo, não acha?), acredita ou não, está meio em dúvida, ou já teve uns momentos na sua vida que achou que o caminho era esse e depois desanimou. Talvez você está com vontade de me enfiar um soco e acabou fechando a página pra não ler o resto. 

Ouve pelo menos o final da história, beleza?

Eu devia ter uns 15 ou 16. Eu não tinha amigas na escola também. Briguei com as que andavam comigo, porque eu não gostava das brincadeiras que elas faziam. Enfim! Minha mãe já tinha saído de casa, minhas amigas da igreja queriam que eu fosse encher o saco do bode. Minha grande amiga havia se mudado pra Bahia, e minha prima estava em Vinhedo. 

Eu me correspondia com a minha prima por cartas (acho muito legal até hoje). Falei pra minha prima que eu me sentia verdadeira e profundamente sozinha. Ela disse assim: "Ly, a gente não aprendeu que Jesus é nosso amigo e que estaria sempre com a gente? Por que você não pede pra Ele fazer companhia pra você?". 

O legal de ter 15 anos e se sentir a última gota do oceano é que todo o conselho é bem-vindo. Foi o que eu fiz. Orei desse jeito mesmo: "Jesus, faz companhia pra mim", (literalmente). E a cada dia eu fui falando mais com Deus, lendo mais a minha Bíblia. Conheci uma amiga excelente na escola depois de um tempo, que continuou sendo minha amiga até se mudar pra Santa Rita do Passa Quatro (queria muito falar com ela de novo)... E então,  essa tempestade passou (houveram outras, mas aí eu deixo pra contar em outras postagens).

Esse é um trecho bem difícil da minha história, mas que eu fico muito feliz em contar. Não sei o que você está procurando em relação a amigos e relacionamentos, mas eu precisava te falar que talvez você tenha encontrado. 

Que Deus te abençoe muito. É o meu desejo, de coração. 

Beijo e até a próxima.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Devolve! Não é seu!


Quando eu era criança, nem de brincadeira eu poderia ficar com alguma coisa que não era minha. Meus pais falavam: "Devolve, não é seu!". Hoje parece que se esqueceram disso.

Estava ouvindo o rádio essa manhã e fiquei impressionada em como essa história de corrupção não acaba. Cada hora descobrem algo novo. Mais sujeira, mais pessoas envolvidas, mais dinheiro público indo pro bolso de cabra safado. Quando é que a gente, finalmente, vai conseguir colocar a casa em ordem? Difícil ter esperança nisso.

Três coisas me deixam embasbacada no comportamento humano: uma é a competição, outra é a corrupção e por último, egoísmo. Na verdade, tem muito mais, mas pra esse assunto de hoje, bastam essas três:

Competição. Por que cargas d'água eu tenho que ter mais do que o outro, ser melhor do que ele, por que preciso estar sempre por cima? Outras palavras que me vêm a cabeça quando penso em competição é, inveja, insegurança, falta de criatividade. Como assim "falta de criatividade"?. Ué, na tentativa de transparecer ser alguém melhor ou estar por cima, eu uso a carcaça do outro como degrau. Esse método tem atravessado gerações, infelizmente.

Desde criança a gente tem essa pilha de ser melhor, de aparecer. Um xingamento muito comum entre as minhas amiguinhas era, "exibida". Que raiva de gente que quer se aparecer. A única diferença na idade adulta, é continuar nessa mesma onda pra conseguir status, uma promoção ou amenizar os problemas de autoestima. Que coisa feia... Mas, quem nunca?

Corrupção. Não sei se eu choro ou dou risada quando vejo discussões entre esquerda e direita. Meu bem, aqui não tem isso. É direita, esquerda, pra cima, pra baixo, diagonal, tá tudo uma sujeira sem fim. E você acha que corrupção só se encontra no ambiente político? Vem cá, senta aqui do meu ladinho.

Corrupção não está do lado de fora, está dentro de cada um de nós. "Eu também?". Sim! Você, eu, o baile todo.

Quando eu quero levar vantagem, recebo troco a mais, furo a fila, tiro carteira de estudante falsa pra pagar meia, me esparramo no acento de idoso e dane-se, pago cafézinho pro guarda aliviar minha multa, aceito propina pra escolher o serviço, tenho TV a gato, minto no IR, traio o parceiro/a... A fila é grande, preciso continuar? Quando eu faço tudo isso (e mais um pouco), eu estou destilando um pouquinho dessa corrupção linda de dentro do meu ser.

Que coisa feia... Mas, quem nunca?

Egoísmo. "Egoísta é quem não pensa em mim!". Quais são os perigos universais em só pensar em mim? Numa rápida olhada, nenhum. Se tudo o que eu quero é ser feliz, qual é o problema nisso? Mas, se tudo o que eu quero é ser feliz, não importa a contagem de mortos e feridos no final, aí... Aí a coisa fica estranha.

Se eu atribuo o mesmo valor de um hambúrguer a um ser humano, um cachorro, gato, sorvete, chocolate, colibri, azeitona. Se tudo isso, tem o mesmo valor pra mim, eu preciso repensar os meus valores. Ah, preciso!

Os outros e todas as coisas que existem nesse mundo não foram exatamente criadas ao meu bel prazer. Nem sempre a gente tem o que deseja ou as pessoas são e fazem aquilo que adoraríamos que elas fizessem. Pensar no bem estar alheio também é um bom negócio. Você está melhorando as coisas a sua volta quando faz isso.

"Ah, mas e eu?". Calma chuchu. Tô falando pra você ter mais empatia e não pra virar sonso. Por que essas coisas ainda se confundem? Eu acho que o medo que as pessoas têm de serem feitas de idiotas, deixam elas mais idiotas ainda.

Egoísmo é um dos principais precursores da competição e da corrupção. Por que? Porque se eu me preocupar mais com os outros e sair do meu universo umbigo, dificilmente vou utilizar o outro como uma fonte de extração de recursos. Talvez eu me coloque no lugar deles antes de fazer ou falar qualquer coisa. Talvez eu fique mais atento pra ajudar quando eles estiverem precisando... Sonho meu em um mundo assim!

Mas relaxa que não é a "perfeitona" quem está falando isso tudo. Mas da mesma forma que eu me preocupo, eu te convido a se preocupar um pouco mais e a refletir também, poxa. Pode ser?

Não fique com o que não é seu. Quer seja dinheiro, produto, o coração iludido de alguém. Devolve, pede desculpas e ajude a construir um país melhor.

Beijão e até a próxima!

terça-feira, 30 de maio de 2017

Vamos às compras!!

Medimos as pessoas pelo que elas são em sua essência ou pelos seus bens e posses? Eu respeito muito quem consegue se manter afastado das mídias sociais e quem não prioriza longas horas em frente à TV. Por que? Porque nós somos constantemente bombardeados por inúmeras imagens como, “consuma, é gostoso”, “adquira já o seu e fique mais bonita”, enfim. Comerciais apelativos que te levam a consumir algo desnecessário, contudo, garantindo que você será alguém melhor para si e, aparentemente, aos outros também. 

Certa vez ouvi que o Brasil ganha disparado no número de selfies, e não tive como não considerar algumas razões para isso (nem tudo é uma regra, ok? Ok). Além de cada vez mais vermos pessoas voltadas ao próprio umbigo, o que parece ser uma autoestima bem resolvida, está mais para um incomodo constante em relação a felicidade alheia. Vai me dizer que você nunca questionou se tudo aquilo era verdade? E talvez não fosse mesmo. Então, qual a necessidade de mostrar? “Olha o meu café, meu relógio, meu sapato, meu vestido, minha maquiagem, meu cabelo, meus anéis, olha o meu brilho”.  

Cientistas sociais associaram o ato de consumir em excesso a um profundo sentimento de insegurança. Ou seja, eu preciso mostrar que eu tenho para compensar o meu temor de não conseguir obter status por outros meios. Uma imagem fala mais que mil palavras, então vamos trabalhar mais nela. Vivemos em um mundo de imagem, as redes sociais que o digam e a indústria de bens de consumo tem pegado essa onda com primor e feito um excelente trabalho. Pode faltar comida, mas não pode faltar sapatos, ou bolsa, ou roupas, adornos, e sabe-se mais o quê. O ser humano já é sugestionável desde do Éden, o que dirá agora. Depois de tantos anos de evolução, ainda mordemos a maçã. 

Voltando a geração selfie, podemos afirmar que quanto mais eu olho para mim, menos eu estou olhando para os outros. O consumismo, traz consigo alguns malefícios, como problemas ao meio ambiente, para começar. Quanto mais eu consumo, mais lixo eu produzo. Ele também impede que eu olhe para o meu próximo que realmente necessita de determinados bens que para mim já são excedentes há muito tempo. Como se não bastasse, ser um consumidor insaciável não apenas acarretará problemas ao meio e aos outros, ele acarreta problemas a mim. Além das dívidas e cartões de crédito estourados, ele trará frustração, ansiedade e até mesmo depressão. Já ouviu aquela frase, “as melhores coisas na vida são de graça”? Pois é. Um abraço carinhoso, a gargalhada de uma criança, um passeio no parque com uma pessoa querida, uma longa conversa com um amigo. Isso, meu chapa, não tem preço. 

Então, por quê compramos o que não precisamos, com o dinheiro que não temos para agradarmos pessoas que nem conhecemos? Talvez por uma visão distorcida sobre prosperidade; aquela que prega que a riqueza é sinônimo de felicidade. Prosperidade também significa ter saúde, amigos, família, realizar-se no trabalho, mesmo que isso não deixe você cheio da grana. O apóstolo Paulo diz: “...porque aprendi a viver feliz em toda e qualquer situação [...] já tenho experiência tanto de fartura como de escassez; tudo posso Naquele que me fortalece” (Filipenses 4. 11-13). Será que a gente alcança esse nível de satisfação?

Deixo essa reflexão para mim e para vocês.
Até a próxima!

Ly: maio/2017

quinta-feira, 23 de março de 2017

Ai, que medo!!!


De uns dias pra cá eu tenho pensado muito em uma coisa. Não sei se sou só eu. Mas percebi que algumas pessoas que são bem legais comigo nas redes sociais, quando estão comigo ao vivo, ficam meio encabuladas, um pouco "Ai, meu Deus! Por que ela ainda está parada na minha frente?".

Eu tive essa experiência algumas semanas atrás, quando encontrei uma jovem que havia sido apresentada por uma amiga. Nos adicionamos e a pessoa carinhosamente (imaginava eu), curtia e comentava algumas postagens. Até me deu os parabéns no dia do meu aniversário (uau!). Depois de um boooom tempo, eu pude revê-la e cheguei toda entusiasmada, dando-lhe um abraço. Pela reação dela, parecia que eu tinha cometido a maior gafe da minha vida. Tipo, como se eu tivesse abraçado um estranho na rua, achando que era um velho amigo de infância. Me senti meio idiota, mas passou.

Aconteceu também, em outros momentos no passado, que algumas pessoas que eu conhecia de vista, começaram a assuntar comigo pelo Whats (ou o que você quiser); mas quando eu me deparava com elas pessoalmente, ou eu recebia um belo de um gelo (sério!), ou tinha que lidar com o modo silencioso delas. Poxa! E pensar que às vezes a gente ficava dias e até horas em longas conversa.

Que passa? As pessoas esqueceram de como é estar diante das outras, a conversar, interagir, olhar nos olhos, tipo... Oi? O que mais me apavora é que muitas vezes, eu não sei qual é a versão original dessas pessoas afinal. O ser desprendido, caloroso, animado e carinhoso que até me mandou uma linda mensagem no meu aniversário? Ou o quieto, introspectivo, inseguro, meio encabulado? E se for um psicopata? Ok, sem exageros.

Eu estou com um medo danado, mais do que se visse a Samara saindo da televisão. Sendo assim, gostaria de propor algumas reflexões aqui (e eu vou refletir junto):

1) O que você é ao vivo e a cores, condiz com o que você demonstra ser através da tela do seu celular? 
EU: Nem sempre. Mas chega bem perto, muahahá.

2) Você teria coragem de falar ao vivo, todas as coisas que você já ousou falar enquanto estava no celular com alguém?
EU: Com certeza não. Inclusive... Aquelas... Ui.

3) Por quê? (Esse porquê é válido para a pergunta número 1 e 2.
EU: Porque sem o possível (e provável) olhar julgador das pessoas, eu me sinto mais à vontade para falar as minhas groselhas. 

4) Você já se comportou de alguma dessas formas exemplificadas no começo desse post?
EU: É... Veja bem... Olha, mas eu tive meus motivos...

Agora vamos lá. Essa é pra fechar com chave de ouro.

5) Estaria disposto a repensar nesse jeito bipolar de ser?
EU: Siiiiiim! Quero ver, estar e abraçar pessoas. Tantas quantas eu puder! (Menos... menos... Ok). 

E cá entre nós, nós não falamos apenas com palavras, nos comunicamos através do olhar também. A gente perde muitíssimo mantendo esse distanciamento bobo. E se a presença é uma fator intimidante pra não falar bobeiras, ótimo! Precisamos aprender a medir nossas palavras mesmo, ou ter mais coragem de se colocar de maneira sincera na presença dos outros. Só ganhos!

Tem um verso no livro de Salmos, capítulo 133 que fala "Como é bom e agradável quando os irmãos vivem em união". Isso sem contar inúmeros exemplos das coisas que aconteciam quando as pessoas estavam reunidas com um propósito tão nobre, ou por simplesmente por quererem e gostarem da companhia um dos outros. 

Enfim. Se a gente não conseguir melhorar esses vícios de tecnologia, o que vai sobrar para as gerações futuras? Se não tiver como estar junto, beleza. Mas esse lance todo de "a distância", sem necessidade, poderia ser revisto. Né? Só um pouquinho. Por favor.

Bom. É isso aí.

Desculpas pela demora em postar algo novo aqui. Estava com saudades.

Beijos e até mais. 

Ly: março/2017

domingo, 20 de novembro de 2016

Forever Alone?


Eu não moro sozinha, mas imagino que nessa questão de se sentir sozinho, as coisas  devem ser um pouco mais complicadas do que eu imagino.

Eu me senti muito mal por muito tempo, pensando em um monte de coisa. Que ficaria solteira pra sempre, que ninguém gostaria de mim. E a sensação horrível em não ter companhia era difícil de administrar.

Mas sabe... Essa história de solidão é uma mentira maldosa, deve ser coisa do demo mesmo. Porque se você for pensar, nunca estaremos sozinhos, nem se quisermos.

No Salmos 139 diz que se fizermos a nossa cama no mais profundo abismo até ali a mão de Deus vai nos alcançar e nos sustentar. E o que dizer das pessoas que nos amam? Família, amigos, irmãos em Cristo e até mesmo pessoas que Deus coloca na nossa frente só pra dizer algo que precisamos e depois não vemos mais (isso aconteceu muito comigo com Uber e taxistas...rsrs).

Enfim. Estar solteiro e ser solteiro não é fácil. Precisamos de muito mais maturidade para sermos solteiros, do que para sermos namorados ou esposa ou marido. A gente precisa saber se satisfazer com nós mesmos e nos sentirmos completos. Quanto mais acharmos que algo falta em nossa vida ou em nós,  mais angustiante será a busca de uma companhia e mais terrível será a tristeza em se sentir só.

Vamos começar a achar que há algo de errado em nós, que precisamos mudar pra satisfazer as vontades do outro ou se moldar ao que imaginamos que eles querem. Isso também é mentira. Não faça isso. Eu já fiz... Não vai dar resultado, talvez ganhe alguns meses com aquela pessoa, mas depois acaba. Não ache que você não é bom o bastante pra ter exatamente o que deseja, ou melhor, o que Deus deseja pra você. Ele sempre tem o melhor e isso não é blá blá blá.

Deus nos chama para momentos a sós com Ele, é neste momento que Ele fala ao nosso coração e cura as nossas feridas. É quando estamos a sós, que aprendemos a lidar com o nosso próprio barulho, colocar os sentimentos e emoções em ordem, refletir, meditar, fazer uma auto avaliação da nossa vida.

É importante ficarmos sozinhos e apreciarmos a nossa própria companhia. Assim como arrumamos a nossa casa pra receber as pessoas, precisamos arrumar a nossa própria vida antes de querer dividir ela com alguém.

É o que eu e alguns amigos temos feito. Arrumado a casa. E isso não é nada fácil. Tem cantos sujos e esquecidos, coisas que precisamos jogar fora, deixar ir. E coisas que precisamos reformar, pintar, dar um trato.

Meu desejo, é que a gente consiga curtir esses momentos tão raros com a gente mesmo. Muitas vezes a vida é bem agitadona, cheia de compromissos e a gente arranja mais pra não ter espaço pra solidão... Eu espero que reconheçamos esses momentos a sós como uma dádiva de Deus.

É o que eu mais desejo.

Beijo e até a próxima.

Lygia: novembro / 2016

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Ah mãe, não quero ir pra escola hoje...



Vou confessar uma coisa, eu nunca gostei de ir pra escola. Talvez seja pelo fato de eu ter estudado em 7 escolas diferentes, tanto públicas como particulares. Por quê? Questões familiares. Sinto informar, mas o bullying é real tanto em uma quanto em outra e há professores excelentes e outros péssimos, tanto em uma quanto em outra.

Mas o que eu não gostei, foi perceber o quanto aquele modelo ainda é reproduzido, não apenas em algumas instituições de ensino, como em muitas outras partes da vida. Vamos lá.

Na escola eu precisava usar um uniforme, começa por aí. Além disso, tinha tanta grade, muro e portão na escola, que de boa... Eu não me sentia muito bem passando metade do meu dia lá não. Mas ok, eu também estudei em escola particular; muros? Confirma. Uniforme da cabeça aos pés? Copiado. "Mas Lygia, o uniforme é pra segurança das crianças e pros guardas saberem quando o aluno estiver fora da escola". Ok, eu levava outra camiseta na mochila e mesmo de uniforme nenhum guarda me parou quando me viu matando aula.

Antes da sua revolta em saber porque eu matava aula, deixe-me explicar. As meninas de outras séries olhavam pra minha cara e diziam que iriam me socar. Eu achei um exagero, mas depois que fizeram fila pra estapear (a cara) da minha amiga Karen, eu pensei que a melhor defesa seria a matança de aula. E eu não gostava da escola, parecia um presídio. Meus pais estavam se separando, eu tinha 14 anos e ainda tinha que apanhar na escola? Não, né.

Mas voltando ao assunto. Percebi nas escolas que eu estudei que eu precisava ser igual a todo mundo, quanto mais eu tivesse, melhor e mais odiada eu seria, talvez "amada" por alguns interesseiros. Qualquer semelhança com a realidade adulta, é mera coincidência. Eu também deveria corresponder exatamente ao que a professora queria em prova, senão eu seria reprovada. Ou seja, faça o que eu mando do jeito que eu quero, não traga ideias novas ou um jeito novo de fazer a mesma coisa. A única diferença entre esse aspecto no passado e a vida real de hoje é que o chefe pode se apropriar da sua ideia e dizer que foi ele... hahaha... haha... ha.

Vocês percebem aonde começou esse problema de ter que ser igual todo mundo? De ter para ser? De reproduzir sem questionar? Desde pequenos somos tratados mal por sermos diferentes, a singularidade e individualidade são tão relativos quanto o estudo do efeito do caos pela batida de asa da borboleta. Essa semana eu discuti com a minha avó sobre o penteado afro, porque ela falou que se tivesse cabelo crespo faria de tudo para "assentar" o danado. E você pode achar que por ser a minha avó ela tem um pensamento retrógrado, né? Nesse mesmo ano eu discuti com uma amiga quase da mesma idade que eu que falou que cabelo cacheado deve dar um trabaaaaaalho pra desembaraçar. E vem cá? Você que está lendo, quantas você conhece que faz progressiva? Isso se você mesmo já não fez. E eu fiz!! Por vários anos.

Agora vamos as notas. Estamos na escola, recebemos notas de 0 a 10, de A a D (ou E, sei lá). Daí, vamos a empresa, recebemos nota no trabalho, na avaliação de feedback, 360º... Pô!!! Quando eu estiver na minha velhice, será que ainda estarão me dando nota? "Ah Lygia, a sua velhice é nota 10. Quase não tem rugas" - "Obrigada doutor". E na vida a gente não avalia todas as pessoas também? Todo mundo passa por um crivo. "Fulano se veste mal, Ciclano é esquisito, Deutrano é chato". Rotular, nada mais é do que colocar uma nota com uma caneta vermelha nos outros, e depois empurrarmos ele pra um canto, assim como víamos ou fazíamos na escola, anos atrás.

Trabalhar de terno ainda não é uniforme? "Mas o meu é Armani!" Aaaaaaah bom! Então ok. É tudo a mesma coisa, com idades diferentes. Ficar trancado em período integral em um mesmo lugar não te dá um saudosismo gostoso de uma época lá de trás? Lembra o quê? Mano!

Conversei muito sobre isso com uma amiga minha de 14 anos e fiquei horrorizada em ver como a escola que ela estuda hoje é a mesma que eu estudei há vinte anos atrás. E ver que o bullying é o mesmo, nada mudou. Além de tantas outras coisas!

Agora eu vou falar com os meus irmãos queridos, porque o mesmo comportamento acaba entrando dentro da igreja. Quem é diferente, está fora. Além disso, também tem competição de ego, de status, tem uma compreensão limitada do amor de Deus, ao acharem que precisam fazer algo pra conseguirem a salvação, ou pra terem algo em troca de Deus. Não!! O resto do mundo já é assim, minha gente. E é o amor Dele que restaura, é a bondade Dele que leva ao arrependimento, é a fé no Seu filho Jesus que salva! Para de forçar a barra e querer colocar todo mundo dentro de uma caixinha.

Bom, é isso. Deus ama a individualidade, foi Ele quem pintou os seres humanos de várias cores, fez todas as personalidades: fez o colérico, fleumático, melancólico, sanguíneo. Além disso, nem todo mundo nasceu em berço de ouro e nem todo mundo nasceu sem condições. Ao invés de torcer o nariz a gente poderia se ajudar mais. O que acham?

Beijos de uma diferentona com muito orgulho.

Lyli: novembro/2016

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Hey! Esse não é o fim.


Recentemente eu tenho me visto forçada a abrir mão de algumas coisas que eu realmente gosto. E parece que quando eu me vejo nessas situações, as coisas nunca vêm em doses homeopáticas. Não. É tudo um turbilhão, tudo de uma vez.

Não gosto de ter a sensação que eu estou perdendo, não gosto de ter que me afastar de lugares e pessoas que eu gosto, ou deixar de realizar uma atividade que eu tinha tanto prazer. Tudo o que envolve falar com as pessoas, me relacionar com elas, me dá muita alegria, não importa para qual fim.

Mas a cada "perda", uma lição aprendida, uma história, uma oportunidade de crescer e me desenvolver... Tive oportunidade de trabalhar em um lugar que me fez alguém bem melhor, me ensinou muitíssimo tantas coisas que eu ficaria o dia inteiro listando. Maaaas, algumas coisas eu vou listar sim, senão não teria graça...hehe.

Aprendi que tenho qualidades que nunca imaginei, inclusive no lidar com outras pessoas, pois estas sempre se sentiram muito à vontade para compartilharem um pouco de suas vidas, muitas vezes sem reservas. O melhor nisso tudo é que através dessas histórias, eu pude muitas vezes refletir a respeito da minha própria vida. Que oportunidade ímpar! Quantas vezes eu encontrei, através da experiência de outras pessoas, uma resposta para algo que eu estava passando, ou mesmo, forças para superar um momento difícil: "Se essa pessoa teve coragem e conseguiu, talvez eu também consiga". Eu sou absurdamente grata por isso.

Na minha rotina conversei muito sobre valores, princípios e preceitos. Conversei com diversas pessoas que os tinham e com pessoas que acreditavam que tudo isso era utópico e não passava de um nome escrito na areia. Pena... Isso me fez descobrir que o mundo não é uma bolha cor de rosa cheio de unicórnios voadores jogando purpurina em cima de todo mundo. O mundo é cheio de pessoas más, que querem tirar proveito de tudo e de todos; pessoas que jogam os erros em cima das outras pessoas e não hesitariam em comer o seu coração na ponta da faca se isso for eliminar a concorrência e as deixar em grande vantagem.

Mas também descobri que existem pessoas excelentes, corajosas, destemidas, que lutam pelo que é certo e não superestimam o que podem perder ao abrir mão de tudo pelo que acreditam, pelos seus valores. Conheci pessoas inteligentes, admiráveis, sensíveis, acolhedoras, amigas, que sabem tutorear, que acreditaram e se esforçaram em ver e acompanhar o seu crescimento. Pessoas que ficam felizes por isso. A essas o meu coração fica alegre pelo privilégio em tê-las conhecido e triste pela saudade que eu vou sentir.

Tiveram pessoas totalmente contrárias as citadas acima? Lógico! Mundo corporativo é assim. Um amigo me falou que é preciso tirar lições e evoluir no lidar com estas pessoas, porque em qualquer lugar que eu for, irei me encontrar com elas de novo "em corpos e roupas diferentes"... Tudo isso é uma prova, uma provação. E eu me pergunto... Será que a minha nota foi boa no final? Não sei, espero que sim.

Bom, mas meu sentimento predominante aqui é de muita gratidão. Compreendo que tudo foi mais um degrau para coisas novas e maiores, que nem as fases de um game... Sei que tudo o que eu vivi até aqui me preparou para o que está por vir, e eu mal posso esperar para ver o que tem pela frente.

Aos meus amigos, conhecidos de vista, de oi, de bom dia, boa tarde e boa noite. Obrigada pelo carinho, ajuda, apoio e pelas mancadas (elas me deixaram mais forte).

Grande abraço.

Ly: outubro/2016


segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Cuidado com o mar menino!!


Quem leu as postagens mais antigas deste blog (e até as mais recentes), vai se ligar no que eu acredito e o quanto isso é forte e importante pra mim. Queria compartilhar uma chacoalhada que eu levei esse final de semana.

Sábado li uma história de um cara do Rio de Janeiro que assistiu um afogamento na praia, porque a corretenteza levou um rapaz que não teve forças pra se livrar dela. Ele disse que ja passou por isso e poderia ter ajudado, não só o rapaz, mas outras pessoas a não se afogarem se tivesse se preocupado em falar a tantos e quantos conhecesse. Mesmo se fosse pra se passar por chato.

Esse carioca fez um comparativo ao fato de ser um cristão e também não falar desse amor a outras pessoas, pra que elas também tenham a mesma oportunidade de conhecer um Deus que socorre, ajuda, salva. Quantas vezes já falei sobre isso aqui, mas agora quero ser mais específica.

Domingo fui dar aula de estudo bíblico aos meus aluninhos adolescentes e a lição era a mesma. Fale do amor de Cristo, que se dane as conseqüências, as pessoas precisam. Deixe a Sua luz brilhar pra quem tá no escuro, triste, perdido. E pra quem não está também (não há perdas nesse negócio).

Antes de mais nada, não estou querendo dizer que tudo isso me faz uma pessoa perfeita ou melhor que o resto do mundo. Não! "Sou errada, sou errante", sou humana, carente, fico triste, me sinto em dúvida, mas tenho um norte, tenho um oasis. Mais do que isso, tenho um mestre, amigo, pai e mentor. Tenho o melhor exemplo de amor de todos. Ele se passou por culpado no meu lugar, sofreu pra que eu não precisasse sofrer. Ele fez tudo isso na cruz e ressuscitou pra que eu também não precise passar pela morte (tipo, morreu e acabou). Não! Ele está preparando um lugar pra mim na eternidade e pra você também, é só crer.

Ele quer que você entregue tudo pra que você tenha tudo. Não é prisão, imposição, inquisição. É um chamado amoroso: "Venha, meus braços estão abertos. Eu cuido das suas feridas, eu curo todas elas".

Não é filosofia, ideologia, forma de pensar, estilo de vida. Ele é a própria vida, o caminho e a verdade. A verdade que liberta e não que condena.

Não perca a chance de conhecer esse Deus amoroso, de saber o que Ele fez e de viver algo que vale a pena ser chamado de vida.

Bom, era isso que eu queria dizer. Era esse o convite que eu queria fazer. Esse blog são partes da minha vida, são reflexões que de uma certa forma dão algum sentido aos problemas de pessoas que estão passando ou já passaram por coisas que eu passei.

Não posso deixar de falar o que eu tenho vivido. Eu também já fui levada por uma correnteza forte uma vez e fiquei muito longe de tudo isso que estou explicando agora. Mas uma mão transpassada por pregos bem grandes me puxou pra superfície e me trouxe de volta a vida. Eu quase me afoguei por achar que tinha forças, mas não tinha, nunca tive.

Não sei por quais mares vocês está nadando, não sei nem se você gosta de água. Mas considere tudo isso, por favor. Eu não posso deixar de falar tudo isso porque eu amo você, me preocupo e quero dividir a mesma alegria que eu vivo.

Com carinho e de coração,

Ly: set/2016

sábado, 27 de agosto de 2016

Tenho pressa! Tenho pressa!


E quem é que não tem?

Algumas semanas atrás dei uma aula para a minha classe de estudo bíblico no domingo e falei sobre Abraão, o pai de uma grande nação. Qual nação é essa? O povo judeu meu amigo. Todo judeu é descendente de Abraão (exceto os que se converteram e foram agregados). Bom, de maneira resumida: Deus pediu para que Abraão saísse da terra dele, que fosse para longe dos parentes, para guiar ele em uma jornada a uma terra excelente que Ele (Deus) havia prometido. Abraão saiu sem saber para onde iria. Punk.

Só que o que aconteceu no caminho, na jornada é o que valeu. Como assim? Deus tirou Abraão de uma terra aonde tinha muita gente ruim, fazendo muita coisa errada, para passar ele por um processo que estabeleceria o início de uma cultura que (na minha humilde opinião) é a mais tradicional e correta, conhecida até hoje. Oi! Vivemos em uma cultura judaico cristão, até o nosso calendário é assim, quer você queira, quer não.

Lygia, para de brisar e fala logo. Ok. Estive pensando com tudo isso, em como nós queremos tudo e queremos agora. Em como vivemos em tempos em que a conquista é rara, não queremos construir passando por todo um processo, queremos atalhos, queremos chegar logo. Temos pressa, não temos tempo a perder. "Vamos viver tudo o que há pra viver. Vamos nos permitir"... Não!!

Outro exemplo vai. Eu quero emagrecer. Eu tenho dois caminhos: a dieta com exercícios ou a lipo, ou talvez a redução de estômago. Ok. Se eu fizer a dieta, durante o caminho vou aprender a me disciplinar, a comer direito, a ter mais auto controle e dizer não as minhas vontades, aí meu bem, quando eu alcançar o peso, vai ser muito difícil eu voltar ao que era, porque eu mudei meus hábitos, minha rotina, mudei minha mente. Agora se eu vou pelo caminho mais rápido, já era. Rapidão vou voltar ao peso de antes (ou mais) e viver descontrolada, comendo que nem uma doida. Há motivos para isso, você deve saber, de ordem psicológica muitas vezes. Não adiante mudar o manequim sem mudar a mente, sorry.

Outro exemplo. Quando era adolescente, tinha um menino que me viu uma única vez e quis namorar comigo. Graças a Deus eu tinha mais juízo do que eu tenho hoje e falei que não! Que não o conhecia direito e precisava saber se eu não estaria deixando um doido entrar na minha vida. Graças a Deus ele cansou e desistiu.

Hoje, já levei fortes tombos por ter feito o contrário, por ter tido pressa, por ter obedecido as minhas vontades e não a minha cabeça. Quem faz isso direto e fala que não se arrepende de nada, é um belo de um boboca. Se você se envolve sem conhecer, o mínimo que seja, vai ter surpresas depois, e a maioria são ruins. O caminho, a jornada chamada "conhecer o outro" vai estabelecer um vínculo mais forte, vai criar raízes, vai te dar confiança (pelo amor de Deus, isso é essencial), e te dar a segurança no relacionamento. E isso serve pra amizade, namorado, isso serve pra tudo. Conheça!

Esses dias ouvi que ser solteiro é ser satisfeito, não se pode ser dois, se você ainda não aprendeu a ser satisfeito sendo um só. Mano!! Quanta sabedoria! Quer alguém do seu lado? Espere, a espera vai te ensinar, te amadurecer, te forjar em uma pessoa incrível. Não force alguém a estar do seu lado sem ter cativado, e isso não leva dias ou poucos meses, segura o siricutico aí poxa!

Conquiste, percorra, não corra, ande! Caminhe, olhe em volta, olhe todos, olhe para você, seja corajoso em admitir falhas, admitir lugares no seu âmago que precisam de remédio, que precisa de Deus. Um amigo muito especial me aconselhou uma vez que "tem lugares dentro da gente que são inatingíveis pra gente, e que são justamente esses que estão ao alcance de Deus pra Ele fazer o trabalho Dele". Deixe Ele cuidar. E tenha mais calma, por favor.

Por hoje é isso.
Beijos e até a próxima.

Lyli